A bolsa brasileira tentou resistir acima da linha dos 56 mil pontos, apesar de todo o clima de aversão ao risco que tomou conta dos mercados internacionais e fez o dólar disparar nesta quinta-feira, mas sucumbiu nos minutos finais do pregão, fechando ligeiramente abaixo desse nível. No fim das contas, a queda do Ibovespa ficou em linha com o tombo registrado pelas bolsas americanas.
A bolsa brasileira tentou resistir acima da linha dos 56 mil pontos, apesar de todo o clima de aversão ao risco que tomou conta dos mercados internacionais e fez o dólar disparar nesta quinta-feira, mas sucumbiu nos minutos finais do pregão, fechando ligeiramente abaixo desse nível. No fim das contas, a queda do Ibovespa ficou em linha com o tombo registrado pelas bolsas americanas.
O índice fechou em baixa de 1,52%, aos 55.962 pontos, com volume fraco, de R$ 5,081 bilhões. Em Wall Street, o Dow Jones perdeu 1,54%, Nasdaq recuou 1,94% e S&P 500 caiu 1,62%. O Ano Novo judeu, comemorado hoje, colaborou para reduzir a liquidez dos mercados, tanto no Brasil quanto no exterior, além de acentuar a volatilidade.
“Seguimos o mau humor de Wall Street. Na falta de indicadores relevantes e pesquisas, o mercado aqui acabou replicando lá fora”, afirma o estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi.
Investidores deixaram de lado as preocupações com a corrida presidencial para acompanhar notícias preocupantes sobre a Rússia e o Estado Islâmico. Parlamentares russos estariam preparando um projeto de lei que permite ao governo tomar ativos estrangeiros dentro da Rússia. A medida seria mais uma retaliação do país às sanções importas por Estados Unidos e Europa por conta do apoio da Rússia a rebeldes na crise com a Ucrânia.
O governo do Iraque afirmou hoje que o Estado Islâmico planejaria um ataque terrorista nos metrôs de Paris e dos EUA. Autoridades iraquianas disseram que houve o compartilhamento de informações sobre o tema com as autoridades americanas, após a descoberta. A notícia foi divulgada no momento em que uma coalizão liderada pelos EUA realiza ataques aéreos contra alvos do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
Aqui, na agenda de pesquisas eleitorais está apenas o levantamento do Vox Populi, encomendado pela revista “Carta Capital”. A pesquisa mais aguardada pelo mercado, no entanto, é o Datafolha, prevista para amanhã à noite, no “Jornal Nacional”.
Entre as principais ações do índice, Itaú PN (-3,13%, a R$ 36,18) puxou as perdas, seguida por Petrobras PN (-1,92%, a R$ 19,84), Bradesco PN (-2,38%, a R$ 36,77), Ambev ON (-0,84%, a R$ 16,36) e Vale PNA (-0,61%, a R$ 24,25).
Contra a Vale também pesou a notícia de que o preço do minério de ferro voltou a cair na China, para US$ 78,60, nova mínima em cinco anos. A BHP Billiton, concorrente da Vale, afirmou hoje que não está surpresa com a profunda correção dos preços do minério de ferro, que já acumula queda de mais de 40% no ano e 10% nas quatro últimas semanas.
“O que estamos vendo está dentro do que esperávamos”, disse o presidente de marketing Mike Henry. Ele afirma que a queda nos preços é resultado de problemas do lado da oferta, ao invés de questões relacionadas à demanda. O executivo diz ainda que os preços estão voltando “para níveis normais” após os últimos anos, e que a demanda chinesa ultrapassou a produção da commodity. “Não seria razoável esperar que essas margens se sustentassem” para sempre, disse.
A lista de maiores baixas do Ibovespa trouxe CCR ON (-4,10%), ALL ON (-3,65%) e Banco do Brasil ON (-3,60%). A ação do BB foi a terceira ação mais negociada, com R$ 383 milhões, atrás de Petrobras PN (R$ 519 milhões) e Itaú PN (R$ 401 milhões).
O giro elevado do papel alimentou as especulações de que o Fundo Soberano teria começado a desovar os papéis no mercado. Conforme o Valor informou ontem, o saque de R$ 3,5 bilhões do Fundo Soberano, anunciado na segunda-feira como forma de aumentar as receitas e evitar novos cortes de gastos, deve obrigar o governo federal a montar uma operação bilionária com ações do banco ou recorrer novamente à contabilidade criativa.
Porém, o Tesouro Nacional já informou que não está prevista emissão de títulos públicos para essa operação ou a participação do BNDES como aconteceu anteriormente, o que alimenta a expectativa de desova dos papéis. Há pouco, as corretoras Ativa (507 mil ações), Credit Suisse (315 mil) e XP (305 mil) figuravam como os maiores vendedores líquido s da ação.
Na ponta positiva ficaram Gol PN (1,73%), Fibria ON (1,64%), Copel PNB (1,31%) e Eletropaulo PN (1,25%). A Eletropaulo obteve liminar que desobriga a companhia do ressarcimento de R$ 626 milhões aos consumidores. A companhia agora aguarda o cumprimento da decisão pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Em agosto, a Eletropaulo já havia anunciado que tomaria medidas para reverter a decisão da Aneel. A agência havia mantido a decisão que obriga a empresa paulista a pagar aos consumidores R$ 626 milhões pela constatação da inexistência de 246,5 quilômetros de cabos subterrâneos na base de remuneração da companhia.