A bolsa brasileira operou em forte alta do começo ao fim do pregão de ontem, embalada por uma nova onda de rumores sobre a corrida presidencial.
A bolsa brasileira operou em forte alta do começo ao fim do pregão de ontem, embalada por uma nova onda de rumores sobre a corrida presidencial.
O cenário externo também colaborou, com Wall Street voltando a operar no azul diante da expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) será mais brando na sinalização do processo de aperto monetário do país na reunião de hoje.
Por aqui, o "kit eleição" - formado por ações de estatais e bancos, mais sensíveis à mudança de governo - concentrou os ganhos, com destaque para Petrobras PN (5,93%, a R$ 21,77) e ON (5,49%, a R$ 20,53). Na máxima do dia, os papéis superaram os 8%.
A ação PN da estatal movimentou R$ 2,157 bilhões ontem, a maior negociação registrada pelo ativo desde o anúncio da descoberta das reservas gigantes de petróleo no pré-sal da Bacia de Santos, em 8 de novembro de 2007, quando girou R$ 3,355 bilhões. Em meio à especulação eleitoral, o volume médio diário negociado pelas ações PN da Petrobras saltou de R$ 382 milhões em janeiro para R$ 1,451 bilhão neste mês até ontem.
O Ibovespa fechou em alta de 2,01%, aos 59.114 pontos, com volume expressivo de R$ 10,003 bilhões. Na máxima do dia, o índice bateu nos 60.242 pontos (3,95%). Entre as demais ações do "kit eleição", Eletrobras ON ganhou 5,08%, seguida por Banco do Brasil ON (4,40%), Itaúsa PN (3,12%), Bradesco PN (2,72%) e Itaú PN (2,58%).
Ainda na primeira hora de negociação começaram a circular nas mesas de operações boatos de uma suposta pesquisa "clone" - que reproduz a metodologia das pesquisas oficiais, mas com um universo menor de eleitores - sobre o levantamento que o Ibope divulgaria no "Jornal Nacional".
Segundo o rumor, Marina Silva (PSB) ampliaria sua vantagem sobre Dilma Rousseff (PT) para quatro pontos percentuais nessa pesquisa. No último Ibope, divulgado semana passada, a diferença entre as duas era de apenas um ponto: Marina com 43% e Dilma com 42%.
Para o estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi, mesmo o empate técnico já é uma vitória para Marina, visto que ela tem um tempo muito menor do que Dilma na propaganda eleitoral. "Ela está apanhando de tudo que é lado. E mesmo assim ainda está um pouco à frente no segundo turno", destaca Galdi.
A LCA Consultores fez análise semelhante em seu boletim diário. "Apesar do menor horário eleitoral e da intensa campanha de Dilma para desconstruir a imagem da candidata do PSB, Marina conseguiu manter as suas intenções de voto tanto nas simulações de primeiro como de segundo turnos", disse a instituição.
A melhora das bolsas americanas colaborou para o avanço da Bovespa. O índice Dow Jones subiu 0,59%, para 17.131 pontos, o Nasdaq avançou 0,75%, para 4.552 pontos, e o S&P 500 teve alta de 0,75%, para 1.998 pontos.
Nos últimos dias, investidorestemiam que o Fed poderia sinalizar uma maior determinação em aumentar os juros na reunião desta quarta. Porém, esses temores diminuíram ontem, após o articulista do "Wall Street Journal" Jon Hilsenrath dizer que o Fed continuará ressaltando, pelo menos por ora, que os juros baixos serão mantidos por "um tempo considerável".
"Diante do atual cenário econômico, eles [intregrantes do Fed] não querem enviar um sinal de que o aumento do juros é iminente", disse Hilsenrath.
Fonte: Valor econômico