As ações da Gol reduziram na última hora de pregão o forte movimento de queda com que operou desde o pregão da última sexta-feira, mas ainda assim encerrou o dia como a maior desvalorização do Ibovespa.
As ações da Gol reduziram na última hora de pregão o forte movimento de queda com que operou desde o pregão da última sexta-feira, mas ainda assim encerrou o dia como a maior desvalorização do Ibovespa.
O papel cedeu 2,5% a R$ 13,63. Na mínima, a ação da Gol chegou a recuar 5,3%, cotada a R$ 13,22.
Analistas ouvidos pelo Valor disseram que a volatilidade do dólar é o principal fator por trás da queda da ação nas últimas sessões. “A preocupação é a volatilidade do dólar, que responde por 65% do custo da companhia”, disse o analista que acompanha o setor da aviação para um banco estrangeiro.
A moeda americana registrou nesta segunda-feira a sexta sessão seguida de alta, a mais longa desde agosto do ano passado, atingindo R$ 2,3434, maior cotação em 18 meses.
Com a alta do dólar, a ação da Gol caiu 5,5% na sexta-feira, após subir sete vezes em dez pregões.
Dois outros analistas lembraram que essa volatilidade ocorre justo no momento em que a Gol está fazendo contatos com investidores para captar cerca de US$ 500 milhões por meio da emissão de bônus, em títulos de sete a dez anos, conforme informações de agentes de mercado. “Isso amplia a volatilidade”, disse o analista de outro banco estrangeiro.
Conforme o Valor informou no dia 3 de setembro, a Gol fez uma rodada de encontros com investidores de Europa, Estados Unidos e Ásia para avaliar o apetite do mercado pela operação que busca captar recursos que serão usados para financiar a recompra de notas que vencem em 2017, 2020 e 2023, conforme anunciado pela companhia em 26 de agosto.
Os bancos Bradesco BBI, BB Securities, Citigroup, Morgan Stanley e Santander coordenam esse “roadshow”, que terminou no último dia 9.
Em relatório divulgado dia 3, a Fitch Ratings estimou a operação entre US$ 350 milhões e US$ 500 milhões.
Também nesta segunda-feira, a Gol informou que a taxa de ocupação total dos voos operados pela empresa atingiu 77% em agosto, alta de 10,8 pontos percentuais em relação ao mesmo mês de 2013. Na mesma base de comparação, a oferta de assentos recuou 1,6%, para 4 milhões, enquanto a demanda cresceu 14,4%, para 3,1 milhões de assentos.
A aérea não revelou os números fechados de receita por passageiro por quilômetro rodado (Prask, em inglês), mas ressaltou que o indicador “continua crescendo na comparação anual, baseado primordialmente no aumento da taxa de ocupação”.
A Gol acrescentou ainda que as tarifas praticadas em agosto “acompanharam o cenário de desaquecimento da atividade econômica no Brasil”.