O cenário eleitoral ditou novamente o rumo da Bovespa. Desta vez, para baixo. O mercado doméstico passou por uma correção mais acentuada nesta quinta-feira, com investidores reagindo às pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas ontem à noite. Ao contrário do que se especulava no início desta semana — de que Marina Silva (PSB) continuaria abrindo vantagem sobre Dilma Rousseff (PT) — as duas pesquisas mostraram que a candidata à reeleição conseguiu reagir.
O cenário eleitoral ditou novamente o rumo da Bovespa. Desta vez, para baixo. O mercado doméstico passou por uma correção mais acentuada nesta quinta-feira, com investidores reagindo às pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas ontem à noite. Ao contrário do que se especulava no início desta semana — de que Marina Silva (PSB) continuaria abrindo vantagem sobre Dilma Rousseff (PT) — as duas pesquisas mostraram que a candidata à reeleição conseguiu reagir.
A XP levantou algumas questões sobre a corrida presidencial. “O mercado se pergunta se Marina atingiu um teto no primeiro turno e se a melhora da Dilma é uma tendência ou foi pontual”, diz a corretora em relatório.
“As pesquisas tiraram um pouco do entusiasmo do mercado, de que Marina poderia vencer Dilma com facilidade”, afirma o estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi. O economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho, também acha que os investidores estavam muito otimistas em relação às pesquisas.
“A alta da Dilma surpreendeu e sacramentou o segundo turno. Mostra que a eleição vai ser complicada. O mercado esperava alta da Marina, mas não da Dilma”, diz Velho. Segundo ele, Marina segue sendo favorita, mas o pleito será apertado.
No exterior, o clima foi positivo diante da decisão do Banco Central Europeu (BCE), que confirmou as expectativas e cortou as taxas de juros da zona do euro, além de anunciar um programa de recompra de títulos lastreados em ativos (Asset Backed Securities). O presidente do BCE, Mario Draghi, ressaltou que esse programa “não canibaliza, mas complementa” o programa de TLTRO (financiamento mais barato para os bancos com prazo de quatro anos). A intenção é facilitar o novo crédito e estimular o acesso a financiamentos.
O Ibovespa fechou em baixa de 1,68%, aos 60.800 pontos, com volume expressivo, de R$ 8,816 bilhões. Na lista de maiores baixas ficaram as ações que mais subiram com o rali eleitoral, basicamente estatais e bancos: Petrobras PN perdeu 4,84%, para R$ 22,79, acompanhada de Banco do Brasil ON (-5,77%, a R$ 34,77), Bradesco PN (-3,45%, a R$ 40,20), Itaú PN (-2,04%, a R $ 40,26) e Eletrobras ON (-3,98%, a R$ 7,95).
Na ponta positiva do índice ficaram as fabricantes de papel e celulose: Fibria ON (6,20%), Suzano P NA (4,18%) e Klabin Unit (3,18%). O setor avançou na esteira da informação de que a espanhola Ence, uma das maiores produtoras de celulose de eucalipto da Europa, vai encerrar a produção em seu complexo industrial em Huelva, na Andaluzia, que será transformado em um “avançado centro de geração de energia renovável”. O complexo possui capacidade de produção de 410 mil toneladas de celulose.
Em relatório de hoje, os analistas Marcelo Aguiar, Diogo Miura e Humberto Meireles, do Goldman Sachs, afirmaram que o anúncio da Ence pode criar um bom momento, no curto prazo, para o mercado global de celulose, uma vez que alivia em grande a oferta adicional da matéria-prima. Para os especialistas, esse evento pode sustentar a implementação integral de um aumento de US$ 20 por tonelada nos preços da celulose — que estão em US$ 720 por tonelada na Europa — a partir de outubro.
Fonte: Valor econômico