Se até o início do ano as palavras de ordem eram garimpar oportunidades e analisar os papéis um a um, hoje os indicadores mostram um novo cenário. Segundo os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as carteiras focadas em setores ou em apenas um papel brilharam com os melhores desempenhos entre todas as categorias de fundos no Brasil no acumulado do ano e o segundo maior ganho em agosto atrás apenas de Ações IBrX Ativo.
Se até o início do ano as palavras de ordem eram garimpar oportunidades e analisar os papéis um a um, hoje os indicadores mostram um novo cenário. Segundo os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as carteiras focadas em setores ou em apenas um papel brilharam com os melhores desempenhos entre todas as categorias de fundos no Brasil no acumulado do ano e o segundo maior ganho em agosto atrás apenas de Ações IBrX Ativo.
Só no mês passado, os fundos setoriais tiveram ganho de 8,95%. Em oito meses, a categoria acumula retorno de 17,19%, ou seja, 2,5 vezes o que rendeu no período o referencial para aplicações conservadoras, o Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), com 6,87%.
Segundo o gerente-executivo de fundos de ações da BB DTVM, Jorge Ricca, "o destaque do mês foi Petrobras, que acabou puxando a categoria". As ações da petroleira sobem desde meados de março, quando a bolsa começou a reagir às pesquisas eleitorais. Até agosto, acumulam alta de 43,39%, no caso da ON, e de 45,47% para a PN, enquanto carteiras que investem apenas nesses papéis ultrapassam 38% de retorno nominal no ano.
Boa parte dos setores tem tido performance estelar neste ano. "Dentro do Ibovespa, educação foi o setor que mais rendeu, com 65% de alta, seguido do financeiro com 46% de valorização no ano", diz Marcelo de Jesus Define Perossi, superintendente de gestão de ativos de terceiros da Caixa.
Conforme o gestor, embora existam papéis com alta exagerada, a visão setorial pode ser uma estratégia eficiente de alocação mesmo após as eleições. "Pensando de uma maneira agregada [os setores com melhor desempenho] devem ter performance semelhante no resto do ano", avalia Perossi.
Ricca, do BB, também vê continuidade da alta para os setores com melhores fundamentos. "No financeiro, por exemplo, a maioria dos resultados [trimestrais] veio acima do consenso do mercado". Com inadimplência sob controle e margem para aumento dos spreads, "o setor tem espaço para manter essa toada positiva", diz.
Para o gestor da BB DTVM, se as condições de liquidez global se mantiverem, pode haver uma segunda onda de valorização para a bolsa com foco em companhias de menor porte. "Quando temos bolsa depreciada e excesso de liquidez, o primeiro movimento acaba indo para large caps. Num segundo momento, o foco estaria atrelado às empresas mid e small caps."