Instituições financeiras cogitam enxugar depósitos a prazo

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A medida do Banco Central que liberou uma fatia de 60% do recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo dos bancos na semana passada poderá acelerar a queda da captação dos bancos via Certificados de Depósitos Bancários (CDBs). Com esse movimento, os bancos conseguiriam reduzir o impacto da ação, uma vez que a alíquota do recolhimento compulsório sobre depósito a prazo corresponde a 20% desse estoque.

A medida do Banco Central que liberou uma fatia de 60% do recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo dos bancos na semana passada poderá acelerar a queda da captação dos bancos via Certificados de Depósitos Bancários (CDBs). Com esse movimento, os bancos conseguiriam reduzir o impacto da ação, uma vez que a alíquota do recolhimento compulsório sobre depósito a prazo corresponde a 20% desse estoque.

Executivos de banco ouvidos pelo Valor cogitam aumentar a preferência pela captação por outros instrumentos isentos de recolhimento compulsório, como as letras financeiras (LF) e as letras de crédito imobiliário e agrícola (LCI e LCA). Como os bancos vinham ampliando a captação via letras no lugar do CDB, esse era um movimento já em curso.

No fim de junho, os cinco maiores bancos detinham juntos R$ 655,28 bilhões em depósitos a prazo. Só o Banco do Brasil respondia por R$ 235,2 bilhões desse total. É quase o dobro da segunda colocada, a Caixa Econômica Federal, com R$ 130,69 bilhões. Em seguida, vêm o Itaú Unibanco (R$ 117,6 bilhões), o Bradesco (R$ 92,25 bilhões) e o Santander (R$ 79,53 bilhões).

Os números sugerem, em um primeira análise que entre os cinco grandes do varejo bancário nacional, é o BB quem ficou com o maior espaço no compulsório a ser preenchido após as medidas.

De 2008 para cá, já foi significativa a mudança no perfil de captações dos grandes bancos. No quarto trimestre de 2008, os depósitos a prazo representavam 56% da captação dos cinco maiores bancos do país, segundo dados dos balanços dessas instituições. A captação com letras era de apenas 2%. Quase seis anos depois, no segundo trimestre de 2014, os depósitos a prazo eram 36% das captações dos bancos e as letras, 20%.

Um executivo afirma, contudo, que não é tão trivial assim acelerar a captação via outros instrumentos ou mesmo convencer clientes que aplicam em CDB a migrar para as letras. Mas que, com a regra atual, "pode acabar sendo o único jeito."

Fonte: Valor econômico

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