Bancos, energia e saneamento batem Ibovespa

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Desde a crise de 2008, as ações de bancos, elétricas e de empresas de saneamento têm sido as preferidas do mercado. Levantamento feito pelo Valor com base em números da BM&FBovespa mostra que índices setoriais que reúnem esses papéis batem o Ibovespa em três recortes no tempo: desde junho de 2008 (pouco antes do estouro da crise mundial), em 12 meses, e, no acumulado de 2014.

Desde a crise de 2008, as ações de bancos, elétricas e de empresas de saneamento têm sido as preferidas do mercado. Levantamento feito pelo Valor com base em números da BM&FBovespa mostra que índices setoriais que reúnem esses papéis batem o Ibovespa em três recortes no tempo: desde junho de 2008 (pouco antes do estouro da crise mundial), em 12 meses, e, no acumulado de 2014.

Neste ano - até o fechamento de 27 de agosto -, o índice financeiro (IFNC) sobe 36,53%, enquanto o indicador de utilidade pública (UTIL, que reúne energia e saneamento) avança 21,01%. O Ibovespa vem em terceiro lugar, com alta de 18,34% (veja quadro). Nas demais comparações, outros setores ultrapassam a rentabilidade do índice principal. Mas esses dois segmentos são os únicos com performance melhor em todas as situações.

Segundo analistas, os bancos têm se destacado na montanha-russa econômica do pós-crise e ainda podem oferecer retornos nos próximos meses. "As instituições financeiras se recuperaram sobretudo com a alta da taxa básica de juros, que saiu de 7,25% para 11%", diz o estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala. Já Fabio Galdino de Carvalho, operador-sênior da Guide Investimentos, diz que as instituições financeiras elevaram o volume de crédito concedido, lideradas pelos bancos públicos. Também ganharam com operações de tesouraria.

O índice de utilidade pública, que reúne elétricas, Copasa e Sabesp, surpreende ao mostrar boa performance, mesmo após os ruídos de comunicação com o governo. Em 2012, os papéis chegaram a desabar com a decisão do governo federal de renovar concessões. Por outro lado, houve recuperação recente de muitos papéis de estatais nesse setor, puxados por expectativas em relação à corrida presidencial. "O setor ainda tem boas empresas pagadoras de dividendos, mas há muitas incertezas. No momento, o mercado está neutro nesses papéis. Há, por outro lado, possibilidade de aumento de tarifas em 2015", comenta Carvalho.

O índice que engloba somente ações de energia mostra esse arrefecimento no ânimo de compras. De uma alta de 61,01% desde a crise, ante queda de 16,04% do Ibovespa, o IEE fica em linha com o índice principal em 2014, com alta de 18,34%.

Outro setor que mostrou um certa fadiga foi o de consumo. Desde a crise, o índice acumula alta de 135%. Neste ano, porém, sobe apenas 15,92%. "As ações se beneficiaram do boom do consumo no Brasil, com aumento de oferta de crédito e uma situação de quase pleno emprego", diz Alexandre Póvoa, sócio da gestora Canepa. Já neste ano, o consumo perdeu um pouco do charme com o aumento do endividamento das famílias.

Do outro lado, os segmentos imobiliário, industrial e de materiais básicos se revezam na lanterna, quase sempre perdendo para o Ibovespa. A indústria, diz Gala, acompanha na bolsa a perda de representatividade na economia. Para Galdino, da Guide, o real valorizado desfavorece o setor.

No setor imobiliário, Gala lembra que as empresas também foram beneficiadas pelas medidas do governo para incentivar o consumo, mas que a bolha criada - e que trouxe altas para as ações - se dissipou já em 2011. Galdino acrescenta que, com a desaceleração econômica iniciada em 2012, as empresas se viram às voltas com altas de custos e também com o aumento das dívidas das famílias.

Os metais básicos, cujo índice é composto por mineração, siderurgia e papel e celulose, enfrentam um momento cíclico desfavorável e sofreram com a crise financeira, nota Póvoa, da Canepa. O minério de ferro, por exeplo, negocia nas mínimas em quase dois anos.

Olhando à frente, as questões políticas se sobrepõem aos fundamentos, diz Galdino, da Guide. Caso vençam os candidatos da oposição Marina Silva ou Aécio Neves, ele diz esperar a retomada do tripé econômico e medidas que favoreçam a produção. Nesse caso, os bancos voltam a ser uma opção interessante na Bovespa, já que ganham com melhora de confiança e mais crédito na economia, além da redução da participação das instituições públicas no sistema. Outro setor que pode se beneficiar, diz, é o de empresas públicas, que refletirão as expectativas mais positivas de mudança de governo.

Póvoa também vê espaço para ganhos de ações de estatais e de empresas financeiras.

 

 Fonte: Valor econômico

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