A Bovespa fechou acima dos 58 mil pontos ontem, o maior patamar desde 11 de março de 2013. Mais uma vez, as expectativas eleitorais embalaram as ações da Petrobras e dos bancos, reforçando o movimento de alta.
A Bovespa fechou acima dos 58 mil pontos ontem, o maior patamar desde 11 de março de 2013. Mais uma vez, as expectativas eleitorais embalaram as ações da Petrobras e dos bancos, reforçando o movimento de alta.
Pesquisas contratadas por participantes do mercado, segundo apurou o Valor, teriam revelado ontem que a possível candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, estaria, neste momento, à frente do candidato do PSDB, Aécio Neves, e ganhando, portanto, o direito de disputar o segundo turno com a presidente Dilma Rousseff.
As mesmas pesquisas mostram, também, que, no segundo turno, Marina já teria conquistado vantagem sobre a presidente Dilma superior à margem de erro - na última enquete do Datafolha, divulgada na segunda-feira, Marina apareceu com 47% das intenções de voto no segundo turno, contra 43% de Dilma, com margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Os pesquisadores acreditam, entretanto, que a vantagem de Marina neste momento ainda pode enfrentar refluxo, à medida que avance o horário eleitoral gratuito na televisão, porque Dilma tem quase seis vezes o tempo da possível candidata do PSB. Apostam, ainda, que Marina está se beneficiando neste momento da comoção provocada pela trágica morte do ex-governador Eduardo Campos.
O mercado também reagiu à sabatina de Dilma Rousseff, transmitida na segunda-feira à noite pelo "Jornal Nacional". De maneira geral, analistas consideraram que a presidente e candidata à reeleição não se saiu tão bem nas respostas.
"A Dilma da entrevista esteve parecida com a de sempre, e não uma candidata capaz de produzir impacto eleitoral com suas palavras. Como esperado, não respondeu exatamente as perguntas que recebeu, nem as aproveitou para firmar uma vantagem em relação a Aécio e Marina. A opinião comum é que Aécio e especialmente Campos usaram melhor suas oportunidades ali", comentou a Guide Investimentos em nota a clientes.
O Ibovespa fechou em alta de 1,54%, aos 58.449 pontos, com bom volume, de R$ 7,171 bilhões. Nesse ritmo, a bolsa brasileira já acumula valorização de 13,5% neste ano. Desde o "fundo do poço", de 44.966 pontos, registrado em 14 de março, o ganho alcança 30%.
O analista técnico da Clear Corretora, Raphael Figueredo, afirma que o Ibovespa está "na melhor tendência de alta dos últimos quatro anos". "Os 58 mil pontos são uma resistência importante. Precisamos aguardar o fim da semana para ver se o mercado vai fechar acima deste nível. Se confirmado, o próximo destino será os 63 mil pontos
Entre as principais ações do índice, Itaú PN (3,41%, a R$ 37,51), Bradesco PN (3,02%, a R$ 37,50) e Petrobras PN (2,50%, a R$ 20,91) concentraram os ganhos. Os dois bancos, inclusive, registraram cotações máximas históricas ontem.
No exterior, o clima também foi positivo. Notícias de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, vai se reunir no dia 26 com o ucraniano Petro Poroshenko e líderes da União Europeia, renovaram as esperanças de fim do conflito entre os dois países. O Dow Jones ganhou 0,48%, aos 16.919 pontos; o Nasdaq avançou 0,43%, para 4.527 pontos; e o S&P 500 subiu 0,50%, aos 1.981 pontos.