Mercado vê alta menor da Selic em 2015

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Economistas e investidores na BM&F começam a falar a mesma língua quando o assunto é a condução da política monetária no ano que vem. Ambos veem um estreitamento do espaço para uma nova rodada de elevação da taxa básica de juros (Selic) - hoje em 11% ao ano - ao longo de 2015.

Economistas e investidores na BM&F começam a falar a mesma língua quando o assunto é a condução da política monetária no ano que vem. Ambos veem um estreitamento do espaço para uma nova rodada de elevação da taxa básica de juros (Selic) - hoje em 11% ao ano - ao longo de 2015.

Após 11 semanas consecutivas, o Boletim Focus do Banco Central (BC) mostrou que a mediana agregada das projeções para a Selic em 2015, formada pelas estimativas de mais de 100 economistas, caiu de 12% para 11,75%. No mercado de juros futuros da BM&F, a projeção de alta da Selic embutida nas taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI) caiu de 1,25 ponto percentual, em meados da semana passada, para 0,94 ponto.

Dois indicadores divulgados na semana passada - o recuo de 0,7% das vendas no varejo em maio e a queda de 1,48% do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) em junho - alimentaram as expectativas de que a variação Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre tenha sido negativa. Com a provável revisão para baixo do PIB do primeiro trimestre, o Brasil estaria na chamada "recessão técnica". No Boletim Focus desta semana, a mediana agregada das estimativas para a expansão do PIB neste ano caiu pela 12ª semana consecutiva, para 0,79%.

Segundo Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil, uma ala do mercado retoma a ideia de que, com a atividade em nível muito baixo, o BC não vai precisar subir tanto os juros, mesmo com um " inevitável tarifaço", ou seja, com alta dos preços de energia elétrica, combustíveis e transporte público. "A perspectiva é que a desaceleração da atividade ajude segurar a inflação", afirma.

Leal, contudo, mantém a estimativa de taxa básica entre 12% e 12,5% no fim de 2015, apesar de um PIB magro, entre 0,5% e 1%. A desaceleração dos preços livres até vai contribuir para moderar a inflação, mas não a ponto de contrabalançar totalmente o impacto da alta dos preços administrados. Ele projeta IPCA de 6,7% em 2015, acima do teto da meta (6,5%).

O estrategista da corretora Icap Brasil, Juliano Ferreira, que, no momento, está revendo suas projeções para os principais indicadores econômicos, se diz "menos propenso" a manter a expectativas de Selic em 12% em 2015. Mas Ferreira não vê na atividade fraca o principal limitador para uma alta maior dos juros. O destino da taxa Selic em 2015 está mais ligado ao resultado da eleição presidencial. Se a presidente Dilma Rousseff for reeleita, deve haver uma continuidade na condução da política monetário. "E o BC já falou que para ele a taxa atual está acima da neutralidade. Isso torna mais difícil pensar em um novo ciclo de alta no ano que vem", afirma.

Para o estrategista da Icap, em caso de vitória do candidato tucano Aécio Neves, poderia haver um "choque de confiança", o que reduziria a necessidade de elevação da Selic para enquadrar a inflação. Embora afirme que Marina Silva, eventual candidata do PSB ao Planalto, ainda precisa esclarecer melhor seu programa econômico, Ferreira diz que, por ora, os investidores também parecem crer em um ajuste mais ortodoxo se ela for eleita. "Os juros caíram com essa possibilidade de vitória da oposição, mesmo sendo a Marina."

Ontem, a taxa do DI para janeiro de 2016 - que, em tese, espelha as apostas para o rumo da Selic em 2015 - desceu de 11,32% para 11,25%. Entre os contratos mais longos, o DI de janeiro de 2017 recuou de 11,45% para 11,37%, e o DI de janeiro de 2021, de 11,63% para 11,52%. "O mercado reagiu bem à possibilidade de que Marina ganhe a eleição", afirma Rogério Braga, gestor de renda fixa e multimercados da Quantitas.

Para Braga, após um período de "rearranjo técnico", com grandes investidores desmontando apostas em corte da Selic já neste ano, as taxas dos DIs voltam a refletir o ambiente de atividade fraca e inflação cadente. "O mercado está se voltando de novo à questão estrutural e vendo que pode não ter alta da Selic no ano que vem", diz.

 Fonte: Valor econômico

 

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