A Bovespa operou em alta do começo ao fim do pregão de ontem, embalada pela pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial e também de carona no clima positivo dos mercados internacionais. O vencimento de opções sobre ações acentuou a volatilidade, mas não interferiu no rumo do mercado.
A Bovespa operou em alta do começo ao fim do pregão de ontem, embalada pela pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial e também de carona no clima positivo dos mercados internacionais. O vencimento de opções sobre ações acentuou a volatilidade, mas não interferiu no rumo do mercado.
Lá fora, as bolsas subiram diante dos sinais de arrefecimento da crise entre Rússia e Ucrânia. O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse que as questões relacionadas à entrega de ajuda humanitária por um comboio de caminhões a cidades do leste da Ucrânia foram solucionadas.
"Finalmente, todas as questões foram, na maior parte, resolvidas. Tudo foi coordenado com o lado ucraniano e com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha", disse Lavrov. Um acordo de cessar-fogo, porém, ainda não foi alcançado.
Na Europa, a bolsa de Paris subiu 1,68%, Frankfurt ganhou 1,68% e Londres avançou 0,78%. Em Wall Street, o índice Dow Jones avançou 1,06%, para 16.839 pontos, o Nasdaq ganhou 0,97%, para 4.508 pontos, e o S&P 500 subiu 0,85%, para 2.596 pontos.
Aqui, a pesquisa Datafolha mostrou empate técnico entre Marina Silva (21%) e Aécio Neves (20%), além de confirmar as maiores chances de um segundo turno contra Dilma Rousseff (36%).
"Essa pesquisa foi feita sob o impacto da comoção com a morte de Eduardo Campos. Eu acredito que pode haver um ajuste nesses números nas próximas pesquisas", avalia o gestor da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira. "Em condições normais, não sei se Marina seria tão forte nas pesquisas. Mas, por enquanto, o mercado está comprando a expectativa de que haverá segundo turno."
O economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho, tem opinião diferente. Para ele, a pesquisa Datafolha reforça o momento de compra de ações no Brasil. Velho acredita que novas pesquisas devem consolidar a intenção de voto em Marina, pois a comoção com a morte trágica de Campos será potencializada nos discursos da provável nova candidata.
Segundo Velho, o principal ponto na intenção de voto em Marina é o reforço da oposição no pleito, com elevação de chances de segundo turno. "A entrada de Marina eleva bastante a probabilidade de vitória da oposição", afirma.
Sobre as preferências do mercado, Eduardo Velho diz que o mais importante é a equipe que cerca Marina. Desde a semana passada, especialistas ressaltam a presença de figuras como Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos elaboradores do plano de governo do PSB à Presidência. Giannetti afirmou que há "uma forte convergência" entre PSDB e PSB para a adoção de políticas econômicas necessárias para o país.
Para o especialista, a vitória de Marina ou de Aécio levará a um ajuste pró-mercado, como aconteceu em 2002, na vitória de Lula. "Fica claro que haverá um ajuste de preços administrados", diz.
O Ibovespa fechou em alta de 1,05%, aos 57.560 pontos, com volume de R$ 10,037 bilhões, montante que inclui os R$ 3,5 bilhões movimentados no vencimento de opções sobre ações.
Petrobras PN (1,69%, a R$ 20,40) mostrou grande volatilidade. O ativo mais uma vez refletiu com intensidade as expectativas eleitorais. Pela manhã, a ação chegou a subir 3,3%, conforme o mercado digeria a pesquisa Datafolha.