O lucro do Banco do Brasil superou as estimativas no segundo trimestre, ajudado por margens fortes, apesar do crescimento moderado do crédito e do aumento das provisões. De abril a junho, o maior banco do país lucrou R$ 2,829 bilhões - a cifra é 62,1% inferior à do mesmo período de 2013, mas essa comparação reflete os fortes ganhos do ano passado com a abertura de capital da BB Seguridade. Excluindo-se a operação da seguradora do resultado do ano passado, houve um avanço de 1,4% na mesma comparação. Analistas consultados pelo Valor esperavam cifra bem menor, de R$ 2,480 bilhões. O desempenho agradou os investidores e levou as ações do banco a registrar forte alta de 3,65%, fechando a R$ 28,66. "Os resultados foram encorajadores e devem levar a revisões para cima nas estimativas [de resultado]. Mas o cenário macroeconômico está se tornando mais desafiador e acreditamos que a perspectiva para o crescimento do crédito e para a qualidade dos ativos impõe desafios aos grandes bancos, incluindo o BB", destacaram os analistas do Barclays, em relatório.
O lucro do Banco do Brasil superou as estimativas no segundo trimestre, ajudado por margens fortes, apesar do crescimento moderado do crédito e do aumento das provisões. De abril a junho, o maior banco do país lucrou R$ 2,829 bilhões - a cifra é 62,1% inferior à do mesmo período de 2013, mas essa comparação reflete os fortes ganhos do ano passado com a abertura de capital da BB Seguridade. Excluindo-se a operação da seguradora do resultado do ano passado, houve um avanço de 1,4% na mesma comparação. Analistas consultados pelo Valor esperavam cifra bem menor, de R$ 2,480 bilhões. O desempenho agradou os investidores e levou as ações do banco a registrar forte alta de 3,65%, fechando a R$ 28,66. "Os resultados foram encorajadores e devem levar a revisões para cima nas estimativas [de resultado]. Mas o cenário macroeconômico está se tornando mais desafiador e acreditamos que a perspectiva para o crescimento do crédito e para a qualidade dos ativos impõe desafios aos grandes bancos, incluindo o BB", destacaram os analistas do Barclays, em relatório.
O Banco do Brasil manteve a liderança em crédito no país, com 21,3% de participação de mercado. O banco não alterou a previsão para avanço de sua carteira neste ano, mas o desempenho até o segundo trimestre está aquém do esperado. A carteira de crédito ampliada nas operações no país cresceu 3,5% sobre o primeiro trimestre e 13,8% em 12 meses, para R$ 665,6 bilhões, um pouco abaixo da meta para o ano de 14% a 18%. Pelo critério do Banco Central, o estoque atingiu R$ 649,6 bilhões, com avanço de 12,9% em um ano e 2,9% em três meses.
Segundo o vice-presidente financeiro e de relações com investidores do banco, Ivan Monteiro, o crescimento vai ganhar força até dezembro, favorecido por questões sazonais no crédito agrícola, aumento da demanda típica de fim de ano e o fim da Copa do Mundo. Além disso, as recentes medidas do Banco Central (BC) devem levar o BB a voltar a comprar mais carteiras de outras instituições financeiras, disse ele.
O índice de inadimplência subiu para 1,99%, ante 1,97% no primeiro trimestre e 1,87% em igual período do ano passado, mas o banco vê os números como sinal de estabilidade. Analistas do UBS destacaram como ponto negativo do balanço o aumento das provisões para devedores duvidosos (PDD), de 8,3%, atingindo R$ 4,57 bilhões. Por outro lado, as margens foram vistas com bons olhos.
A margem financeira bruta do banco somou R$ 12,353 bilhões no trimestre, com alta de 6,4%, ajudada também pelo resultado de tesouraria. A margem líquida de juros alcançou 6% no período, ante 2,8% no segundo trimestre do ano passado. Em termos anualizados, a taxa ficou em 4,1%, pouco acima dos 4% de igual intervalo de 2013.
O BB elevou as projeções de margem financeira bruta e retorno sobre o patrimônio líquido. No caso da margem, a expectativa passou da faixa de 3% a 7% para 5% a 9%. No que se refere ao retorno sobre o patrimônio líquido ajustado, o banco alterou a perspectiva de uma faixa de 12% a 15% para 14% a 17%. No ano, o banco já atingiu um percentual de 15,3%.
O BB encerrou o trimestre com índice de Basileia de 14,19% e deve ganhar um reforço, já que há conversas com o Ministério da Fazenda para que R$ 8,1 bilhões em instrumentos híbridos de capital e dívida perpétuos emitidos em 2012 sejam enquadrados como capital principal.
Fonte: Valor econômico