A bolsa brasileira acompanhou o mau humor dos mercados internacionais e registrou o quinto pregão seguido de baixa ontem. Mesmo com as perdas do dia, o Ibovespa acumulou alta de 5% em julho.
A bolsa brasileira acompanhou o mau humor dos mercados internacionais e registrou o quinto pregão seguido de baixa ontem. Mesmo com as perdas do dia, o Ibovespa acumulou alta de 5% em julho.
No exterior, a quinta-feira foi de forte aversão ao risco, após uma rodada de dados mais fracos na Europa e balanços abaixo do esperado, como o do Banco Espírito Santo (BES), cujas ações despencaram 42% após a instituição portuguesa reportar prejuízo recorde de € 3,49 bilhões no trimestre.
O fato de o governo da Argentina não ter chegado a um acordo com os credores que não participaram da dívida reestruturada teve pouca influência sobre o mercado de ações. Os efeitos do calote técnico, por enquanto, foram limitados ao solo argentino, onde o índice Merval perdeu mais de 8% e o dólar disparou 6% ante o peso no mercado paralelo.
Aqui, os investidores digeriram balanços de empresas relevantes, como Vale, Bradesco, Santander, Ambev e Embraer. Indicadores da economia doméstica também não serviram como fonte de inspiração para compra de ações. O setor público teve déficit primário de R$ 2,1 bilhões em junho, o pior resultado para o mês na série histórica.
Outra questão que pressionou o Ibovespa foi o cenário eleitoral. O Ibope divulgou na quarta à noite o resultado de pesquisas para governadores em cinco Estados. A jornalista Cristiana Lobo, da "Globonews", postou em seu blog as preferências para presidente da República em cada Estado. Segundo ela, em São Paulo, Dilma Rousseff se mantém à frente de Aécio Neves com 30% das intenções, contra 25% do tucano.
O Ibovespa fechou em baixa de 1,84%, aos 55.829 pontos, depois de bater a mínima em 55.502 pontos (-2,41%). Dessa forma, a bolsa acumulou alta de 5% no mês, e registra ganho de 8,4% no ano. No entanto, o índice já perdeu 3,5% nesta semana até ontem.
O volume financeiro ficou acima da média dos últimos pregões, atingindo R$ 7,140 bilhões. Além do maior fluxo por causa do dia tenso nos mercados, o último pregão do mês normalmente é mais agitado por causa do acerto de carteiras de fundos de investimentos.
A BM&FBovespa deve divulgar hoje a primeira prévia da carteira teórica do Ibovespa que vai vigorar de setembro a dezembro. A expectativa dos analistas é que as ações PN da fabricante de ônibus Marcopolo sejam incluídas no índice. Ontem, o papel caiu 0,49%, cotado a R$ 4,00.
Entre as principais ações do Ibovespa, Ambev PN (-4,45%, a R$ 15,67) apresentou sua maior perda desde abril por causa do balanço do segundo trimestre. Petrobras PN (-3,77%, a R$ 19,10) também caiu, refletindo tanto a incerteza no cenário eleitoral, quanto o aumento da aversão ao risco no exterior. Analistas lembram, porém, que as ações da estatal tinham muita gordura para queimar. Mesmo com o tombo de ontem, o papel subiu 10,5% no mês.
Entre os bancos, Itaú PN caiu 2,06%, a R$ 35,10, seguido de Banco do Brasil ON (-2,63%, a R$ 27,72) e Santander Unit (-2,55%, a R$ 15,24). Bradesco PN (-0,85%, a R$ 34,61) caiu menos após divulgar balanço melhor que o esperado. Vale PNA subiu 0,69%, para R$ 29,13, diante do lucro de R$ 3,19 bilhões, 283% maior que no mesmo período do ano passado.