A bolsa brasileira voltou a flertar com os 58 mil pontos nesta quinta-feira, impulsionada pelas ações de bancos e de Vale. O ajuste para cima no mercado de juros futuros após a ata do Copom influenciou os papéis do setor financeiro, enquanto os números preliminares de atividade na China neste mês e o dado de produção da Vale no segundo trimestre ajudaram os papéis da mineradora.
A bolsa brasileira voltou a flertar com os 58 mil pontos nesta quinta-feira, impulsionada pelas ações de bancos e de Vale. O ajuste para cima no mercado de juros futuros após a ata do Copom influenciou os papéis do setor financeiro, enquanto os números preliminares de atividade na China neste mês e o dado de produção da Vale no segundo trimestre ajudaram os papéis da mineradora.
O Ibovespa fechou em alta de 0,97%, aos 57.977 pontos, com volume de R$ 6,296 bilhões. “O mercado não está com apetite para venda. A correção de ontem foi pontual. As posições abertas pelos estrangeiros no mercado futuro não mudaram significativamente. Eles seguem comprados”, comentou o especialista em bolsa da Icap Brasil, Rogério Oliveira. Até quarta-feira, os estrangeiros mantinham posição líquida comprada em 93,5 mil contratos de Ibovespa Futuro, pouco menor que os 98 mil contratos registrados uma semana antes.
Entre as principais ações do índice, os bancos foram destaque de alta, especialmente a partir do meio da tarde: Itaú PN (1,46%, a R$ 35,90), Bradesco PN (1,30%, a R$ 35,60) e Banco do Brasil ON (1,02%, a R$ 29,61).
Um ponto na ata do Copom chamou atenção de alguns analistas, o que suscitou a divulgação de relatórios à tarde sobre possíveis ganhos para o setor bancário. “Os riscos no segmento de crédito ao consumo vêm sendo mitigados”, o que foi interpretado pelo mercado como uma possibilidade de retirada as medidas macroprudenciais que restringem a concessão de crédito em alguns segmentos.
Petrobras PN (0,24%, a R$ 20,31) chegou a cair pela manhã, com investidores ainda absorvendo a pesquisa Ibope sobre a corrida presidencial, mas passou para o terreno positivo, acompanhando o avanço dos bancos e de Vale PNA (1,43%, a R$ 28,95).
Os papéis da mineradora reagiram ao relatório de produção do segundo trimestre. Segundo a empresa, a produção de minério de ferro cresceu 12,6% entre abril e junho, na comparação com o mesmo período do ano passado, para 79,5% milhões de toneladas. A maior parte desse avanço foi creditada à expansão de 33,7% da atividade em Carajás, no Pará.
Além disso, o dado preliminar de atividade industrial (PMI) na China, medido pelo HSBC, mostrou aceleração, saindo de 50,7 em junho para 52,0 em julho, o que também colabora para alta dos papéis de mineradoras no mundo todo. Rio Tinto subiu 1,49% e BHP Billiton avançou 0,8% na Bolsa de Londres.
No topo do Ibovespa ficaram MMX ON (13,28%), Suzano PNA (3,77%) e ALL ON (3,62%). As ações de Suzano e da Fibria (2,88%). Dados positivos relativos à demanda global de celulose de fibra curta em junho e da sinalização de que os chineses voltaram em peso às compras impulsionaram o setor.
Ontem, o PPPC (do inglês Pulp and Paper Products Council) divulgou as estatísticas de embarques globais de celulose de junho, que mostraram um avanço importante para a fibra curta, de 16% na comparação anual. Esse crescimento puxado principalmente pela forte atuação da China (80% de alta) e da América do Norte (12% de crescimento) na ponta compradora e se refletiu em queda de seis dias nos estoques da matéria-prima.
Na ponta negativa da bolsa apareceram Oi PN (-4,90%), Natura ON (-4,62%) e CCR ON (-3,11%). A Natura divulgou seu balanço do segundo trimestre na noite de ontem, com números bem abaixo da expectativa do mercado. O lucro da companhia de cosméticos recuou 26,8% no período, para R$ 175,8 milhões. A receita consolidada cresceu 5,1%, para R$ 1,8 bilhão, com alta de apenas 1,8% no mercado doméstico.
Além disso, a Natura pode não conseguir entregar os resultados estimados pela companhia para este ano. O comando da empresa projetou crescimento da receita líquida no Brasil em linha com o mercado em 2014 e margem Ebitda consolidada mais ou menos estável em relação à de 2013. “Os resultados desoladores do segundo trimestre para a Natura estimularam novas preocupações sobre a habilidade da companhia de reavivar o crescimento da primeira linha [receita líquida] no Brasil e retomar a rentabilidade das consultoras a níveis históricos”, afirmam os analistas do Brasil Plural.
Fonte: Valor econômico