Desastre Anunciado

Tamanho da Letra:

Que 2014 será um ano ruim, ninguém mais duvida. A grande pergunta que está inquietando os economistas é quanto o péssimo desempenho da economia neste ano comprometerá 2015. Ontem, depois da divulgação do IBC-Br, prévia do Produto Interno Bruto (PIB) calculado pelo Banco Central, com queda de 0,18% em maio, praticamente todas as casas bancárias e consultorias revisaram, para baixo, as projeções de crescimento.

Que 2014 será um ano ruim, ninguém mais duvida. A grande pergunta que está inquietando os economistas é quanto o péssimo desempenho da economia neste ano comprometerá 2015. Ontem, depois da divulgação do IBC-Br, prévia do Produto Interno Bruto (PIB) calculado pelo Banco Central, com queda de 0,18% em maio, praticamente todas as casas bancárias e consultorias revisaram, para baixo, as projeções de crescimento.

 

O consenso que vem se formando é o de que este será o pior ano da gestão de Dilma Rousseff. Superará até 2012, quando o PIB avançou minguado 1%. Não há, no entender dos especialistas, nada no horizonte que indique mudanças na economia. O mundo, como assinala o governo, está se recuperando de forma muito lenta, com reflexos no país. Internamente, os investimentos produtivos que poderiam dar um gás à atividade estão travados. A renda das famílias, mesmo com o alívio dos preços dos alimentos, continua comprometida com pesadas dívidas. E a desconfiança se mantém resistente, tanto entre os empresários quanto entre os consumidores.

 

Vários analistas se arriscam a dizer que o Brasil já está em recessão. Apostam que, no fim de agosto, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o PIB do segundo trimestre, além de apontar um número negativo para o período, o órgão indicará que revisou o resultado de janeiro a março. Em vez de incremento de 0,2%, como foi anotado, deve mostrar queda na atividade. Para o terceiro trimestre, alguns especialistas já falam em nova retração do PIB.

 

A perspectiva é de que o PIB feche 2014 com avanço próximo de 0,5%, o que, na avaliação dos analistas, será a coroação do desastre que foi a gestão da política econômica nos quatro anos de Dilma. Desde que ela tomou posse, em janeiro de 2011, a inflação se manteve sistematicamente acima de 6% e, em 11 meses, estourou o teto da meta de 6,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Com a carestia nesse nível por tanto tempo, não há capacidade de consumo que resista. O crédito, por sua vez, encolheu e ficou bem mais caro. A indústria, que já vinha sofrendo, mergulhou em um abismo que parece longe do fim.

 

Até mesmo o mercado de trabalho, que vinha resistindo bravamente às escolhas erradas do governo, começa a degringolar. O primeiro semestre do ano, no qual foram abertas 588,7 mil vagas, foi o pior desde 2009, quando o Brasil estava em recessão. O Palácio do Planalto, por sinal, parece fazer de tudo para colecionar recordes negativos. A cada mês, surge um dado pior do que o outro, seja nas contas externas, seja nas contas públicas.

 

Certamente, esse Brasil real não entrará na campanha à reeleição da presidente Dilma. Mas bastará um pouquinho de atenção do eleitor para entender que programas eleitorais que mexem com a emoção, exibindo imagens como se vivêssemos num país sem mazelas, são obras de ficção. E elas não devem ser determinantes na hora de se depositar os votos nas urnas.

 

Governo aposta em PIB de 0,3% no 2º tri

 

» Para integrantes da equipe econômica, há exageros nas previsões do mercado. Eles descartam a possibilidade de o IBGE rever o PIB do primeiro trimestre, de alta de 0,2% para uma queda, e não endossam retração da atividade entre abril e junho. Ao contrário, estimam incremento em torno de 0,3% para o período. Os técnicos da equipe econômica reconhecem, porém, que o mês passado, com a primeira parte da Copa do Mundo, foi péssimo para a indústria, o que ajudará a jogar o resultado do Produto para baixo. “Não questionamos quando os especialistas dizem que o primeiro semestre foi fraco. Mas há uma grande diferença em afirmar que o país está em recessão. A indústria foi mal no período, mas os serviços apontaram ganho, e a agricultura foi muito bem “, diz um técnico.

 

Pendurado nos alimentos

 

» A aposta do governo é de que o segundo semestre do ano será bem melhor, graças à redução dos preços dos alimentos. “Certamente, a confiança das famílias vai aumentar, voltando a puxar o consumo. Esse movimento tende a se espraiar pela economia e a sustentar o mercado de trabalho”, frisa um assessor bem posicionado no Palácio do Planalto. Ele acredita que, se entre janeiro e junho, o país consegui abrir 588,7 mil vagas com carteira assinada, certamente o número dos últimos seis meses do ano será melhor. “Por isso, também não dá para os economistas de mercado dizerem que 2014 será o pior ano do governo Dilma. Não será”, assegura.

 

Horizonte nebuloso

 

» Muitos empresários que passaram por Brasília nos últimos dias reclamaram da falta de plano de voo para o Brasil em 2015. Nem a presidente Dilma, que tenta a reeleição, nem os candidatos de oposição mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de votos dão sinais consistentes do que será a política econômica a partir de janeiro próximo. Muitos se perguntam como ficarão os juros, como o Palácio do Planalto lidará com os preços administrados, qual será a inflação real e como o país reagirá à mudança de política monetária nos Estados Unidos. Por isso, a ordem é manter os investimentos produtivos travados. Não há como se arriscar em um horizonte tão nebuloso.

 

Dilma e Humala

 

» A presidente Dilma deus sinais claros de que não é muito chegada ao presidente do Peru, Ollanta Humala, durante a reunião do Brics com líderes da Unasul, em Brasília. E explicitou seu descontentamento quando o colega lhe disse que estava na Alemanha e viu a comemoração pela vitória na Copa do Mundo. Ele recomendou à anfitriã que seguisse em frente, como se a consolasse pelo péssimo desempenho da Seleção brasileira. Já com as feições fechadas, de pouco amigos, Dilma disse que não havia jogado. Só havia realizado a Copa. E encerrou a conversa.

 

Fonte: Correio Braziliense

Boletim Eletrônico

Inscreva-se em nosso Boletim Eletrônico para manter-se informado.

Mensagem da AFABB-DF

Associação com 21 anos (2000 - 2021) de atuação permanente na defesa e preservação dos interesses dos associados, o que determina nossa razão de ser!

Sempre mais forte com sua participação,

A AFABB-DF

Contato

 O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
 +55 61 3226 9718 | 3323 2781
 Setor Bancário Sul | Quadra 02 | Bloco A | Edifício Casa de São Paulo | Sala 603 | Brasília/DF | CEP: 70078-900