O estudo realizado com mais de mil pessoas identificou um conjunto de proteínas no sangue que pode antever o surgimento da doença degenerativa que afeta 44 milhões de pessoas no mundo
Cientistas britânicos acreditam ter dado um passo importante nas pesquisas sobre o Alzheimer ao criarem um novo exame de sangue que pode prever as chances de uma pessoa desenvolver a doença. O estudo realizado com mais de mil pessoas identificou um conjunto de proteínas no sangue que pode antever o surgimento da demência com 87% de precisão.
"Como não há tratamento, muitas pessoas podem questionar o valor de um exame de sangue. Mas as pessoas vêm ao consultório saber o que está acontecendo com elas e atualmente eu não posso dizer", aifrmou Lovestone.
Ian Pike, médico da Proteome Sciences, companhia que faz pesquisas na área farmacêutica, considera que o exame de sangue é "um grande passo" nas pesquisas sobre a demência.
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"Ainda vai levar tempo e mais testes com pacientes para termos certeza de que esses exames podem ser usados rotineiramente. Mas este processo pode ser iniciado agora", afirmou.
É improvável que o teste possa ser feito isoladamente no caso de estar disponível em clínicas no futuro. Um resultado positivo teria de ser corroborado com tomografias cerebrais e testes de fluidos da coluna vertebral.
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início do ano, pesquisadores americanos anunciaram um exame de sangue capaz de prever o aparecimento de Alzheimer em pessoas saudáveis com até três anos de antecedência.
Os resultados do trabalho, publicado na revista científica Alzheimer's & Dementia, serão usados para aprimorar os testes com novos medicamentos para a doença, que afeta 44 milhões de pessoas em todo o mundo.
A doença
O Alzheimer é uma doença degenerativa cujo primeiro sintoma é a perda da memória. Com o avançar do problema, pacientes também podem manifestar comportamento agressivo, irritabilidade, confusão mental, entre outros.
As pesquisas sobre tratamentos para o Alzheimer têm sido marcadas por fracassos. Entre 2002 e 2012, 99,6% dos experimentos feitos com objetivo de prevenir ou reverter a doença não levaram a nada.
Os médicos acreditam que as tentativas mal sucedidas se devem ao fato de que os pacientes começam a ser tratados tarde demais, já que os primeiros sintomas só aparecem uma década depois do início da doença.
Por isso, o maior objetivo das pesquisas atuais deste campo é identificar a demência em seu estágio inicial.