O Banco Central prevê um aumento maior da dívida pública em 2014.
O Banco Central prevê um aumento maior da dívida pública em 2014.
O principal indicador de endividamento do setor público, que é a comparação entre a dívida líquida e o PIB (Produto Interno Bruto), deve passar de 33,6% no fim de 2013 para 34,4%. A projeção anterior, feita há três meses, era de 33,8%.
Esse será o primeiro aumento anual da dívida líquida desde 2009.
Contribuíram para a revisão, principalmente, a expectativa do BC de um crescimento menor do PIB (1,6%, ante 2,0% há três meses), as previsões do mercado de um dólar mais barato no fim do ano (R$ 2,40, ante R$ 2,49) e de um IPCA mais alto (6,46%, ante 6,28% anteriormente) em 2014.
Essa previsão considera um superavit primário (economia feita para pagar a dívida) de 1,5% do PIB, que é a projeção feita pelo mercado.
De acordo com o BC, se o superavit primário ficar em 1,9% do PIB, que é a meta do governo, a relação dívida/PIB deve chegar a 34% no fim do ano. A projeção anterior, feita há três meses, era de 33,4%.
Para a dívida bruta, a previsão do BC passou de 57,8% para 58,4% (considerando o primário de 1,5%) e de 57,4% para 58% (com primário de 1,9%).
MAIO
O BC divulgou nesta segunda-feira (30), que o setor público registrou em maio de 2014 o segundo maior deficit para o mês da série histórica, que começa em dezembro de 2001. O resultado negativo de R$ 11,04 bilhões só é superado pelo dado de dezembro de 2008 (R$ 20,95 bilhões).
Se forem considerados apenas os meses de maio, trata-se do pior resultado da série, que para este mês, começa em 2002.
No ano, o setor público registra superavit de R$ 31,5 bilhões, pior resultado para o período desde 2002, quando somou R$ 26 bilhões.
Estados, municípios e suas estatais economizaram R$ 14,5 bilhões nestes cinco meses, para uma meta estimada de R$ 18 bilhões para essas unidades da Federação em todo o ano de 2014. Já a União poupou R$ 18,1 bilhões.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, classificou o dado de maio como "ruim", mas afirmou que é necessário aguardar os próximos resultados para que se faça uma avaliação mais completa das contas públicas.
"Há uma série de eventos ainda para ocorrer, que tendem a favorecer os desempenhos fiscais nos próximos meses", afirmou.
"Maio foi um resultado ruim, decorrente de concentração de despesas e redução de receitas em relação a maio do ano passado."
Afirmou ainda que os governos regionais (Estados e municípios) haviam registrado resultados mais expressivos nos quatro primeiros meses do ano. "Era de se esperar que não se mantivessem, porque há uma sazonalidade com receitas de IPTU e IPVA no início do ano."