Os juros futuros fecharam o dia de ontem com firme alta, em um movimento de correção estimulado pelo avanço do dólar em relação ao real e também do rendimento dos títulos públicos americanos (Treasuries). Segundo operadores, fatores técnicos explicam esses ajustes nos mercados. Mas o movimento foi forte o bastante para impor uma correção também por aqui, após uma semana de queda firme das taxas.
Os juros futuros fecharam o dia de ontem com firme alta, em um movimento de correção estimulado pelo avanço do dólar em relação ao real e também do rendimento dos títulos públicos americanos (Treasuries). Segundo operadores, fatores técnicos explicam esses ajustes nos mercados. Mas o movimento foi forte o bastante para impor uma correção também por aqui, após uma semana de queda firme das taxas.
O DI janeiro/2017 fechou a sessão de segunda-feira com taxa de 11,70%, ante 11,59% na sexta-feira, mas alcançou a máxima de 11,75% no decorrer do dia. Já o contrato para janeiro/2016 fechou a 11,43%, ante 11,37% na sexta-feira. Lá fora, o retorno da Treasury (T-note) de 10 anos alcançou 2,534%, ante 2,457% na sessão anterior.
Mas a despeito desse ajuste de ontem, operadores veem ainda uma tendência de baixa das taxas, por causa dos recentes indicadores fracos de atividade doméstica. "Embora a inflação continue alta e preocupante, está entrando no radar que o esperado novo ciclo de aperto monetário pode não ocorrer, ou não na intensidade esperada, por causa do risco de haver surpresas negativas sobre o desempenho da atividade", diz um profissional do mercado. Ele ressalta que a curva a termo (formada pelos contratos de DI para os diversos vencimentos) ainda aponta para uma elevação de pouco menos de 1,20 ponto percentual da Selic em 2015, mas alerta que os dados de atividade colocam essas apostas em risco. "É por isso que a tendência dos juros é de queda", diz. Após a divulgação do resultado do PIB do primeiro trimestre, que cresceu 0,2%, há economistas considerando que o resultado do segundo trimestre pode ficar perto de zero ou até mesmo negativo. E, com isso, o avanço do PIB no ano pode ficar, na visão de alguns especialistas, até abaixo de 1%. "Pela primeira vez, estamos vendo a demanda ceder e isso é bastante preocupante", diz um operador. Diante dessa questão, investidores veem nos ativos prefixados boas oportunidades de retorno. E é por isso que o fluxo tende a continuar sendo vendedor, especialmente para os papéis mais longos. Não à toa, a NTN-B 2050 foi negociada na manhã de ontem com juro abaixo de 6% pela primeira vez desde o dia 4 de novembro de 2013. Segundo dados da Anbima, o retorno do papel era de 5,99%. Fonte: Valor econômico