Dez principais pontos da cidade são indicados ao turista que quer explorar a capital federal durante a Copa do Mundo. No entanto, duas das principais atrações, as torres de TV e Digital, ainda estão em obras. Enquanto a primeira, na área central, está prevista para ser entregue até a semana que vem, a outra, em Sobradinho, não tem data para ficar pronta. Por outro lado, nos outros monumentos, o ritmo é de faxina para receber bem os visitantes.
Dez principais pontos da cidade são indicados ao turista que quer explorar a capital federal durante a Copa do Mundo. No entanto, duas das principais atrações, as torres de TV e Digital, ainda estão em obras. Enquanto a primeira, na área central, está prevista para ser entregue até a semana que vem, a outra, em Sobradinho, não tem data para ficar pronta. Por outro lado, nos outros monumentos, o ritmo é de faxina para receber bem os visitantes.
De acordo com a Secretaria de Turismo, a data de reinauguração da Torre de TV depende da agenda do governador Agnelo. Já a situação da Torre Digital envolve a instalação das antenas das emissoras.
Dentre os outros monumentos, a preocupação é com o estado de conservação. A Ponte JK foi limpa no início de maio e deve estar apresentável no Mundial. “A Catedral também está prontinha. Vai haver limpeza do Museu da República e na Biblioteca Nacional”, afirmou o secretário de Turismo, Luis Otávio Mendes.
Teatro nacional
Um lugar não listado, mas que poderia atrair muitos turistas, é o Teatro Nacional Claudio Santoro. Sem Habite-se e alvará de funcionamento, ele foi fechado em fevereiro último para reforma, mas manteve algumas rotinas de visitações, além de apresentações itinerantes da Orquestra de Brasília. Por fora, a impressão é que ele precisa de um bom banho com água e sabão – ou algum produto de limpeza mais agressivo.
Visitantes expõem falhas
As irmãs Miriam Coelho, aposentada de 59 anos, e Marília Petters, farmacêutica de 54, vieram do Sul do País para visitar Maria Fernanda Becker, arquiteta de 30 anos, filha de Miriam e moradora da Asa Norte. As duas, que vieram de Rio do Sul (SC) e Ponta Grossa (PR), respectivamente, aprovaram a beleza da Esplanada dos Ministérios, mas sentiram falta de abrigo e de sinalização.
“É difícil avaliar, pois acredito que é diferente para cada um. Mas, no geral, sinto falta de uma sinalização que me leve a mais lugares. Só tem placas informativas sobre o monumento em si”, reclamou Marília.
“Ao chegar de avião, por exemplo, não vi lugar nenhum para pegar informações. Nem cartaz nem nada”, completou.
Abrigo
Sua irmã, Miriam, sentiu falta da mesma coisa e, tendo percorrido os principais expoentes arquitetônicos disponíveis em espaço público, preferiu o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) a todos eles. “Esse sim deveria fazer parte do roteiro turístico. Lá tem árvores para você se abrigar, além de teatro e comida. Aqui (na Catedral), estamos direto no sol”, avaliou.
Avaliação rigorosa de quem vem de longe
O publicitário Rodrigo Badalotti, de 33 anos, tirou um dia para explorar Brasília. Ele veio de Porto Alegre (RS) para prestigiar o casamento de um amigo e, aproveitando uma folga antes da volta, iniciou o roteiro pela Esplanada. “De longe eu tinha outra imagem da capital”, admitiu.
Por um lado, o gaúcho gostou do fato de haver várias atrações próximas umas das outras, o que facilitou sua locomoção. Por outro, criticou as condições que encontrou. “Viajo muito e estou acostumado a ficar por minha conta. O transporte daqui não é bom, em comparação com Porto Alegre, onde passa ônibus toda hora”, apontou. “Eu me decepcionei com a manutenção dos monumentos também”.
Rodrigo tem o perfil de um tipo de turista que deve ser bastante comum de se encontrar em Brasília quando a Copa começar, em 12 de junho. Segundo a Secretaria de Turismo, são esperados pelo menos 600 mil visitantes, entre estrangeiros e brasileiros, durante a competição. Esse número leva em conta a venda de ingresso para os jogos aqui e a procura por passagens aéreas.
“As calçadas por onde passei até agora estavam ruins. Vejo alguns monumentos bem sujos e até dentro do Congresso não parece haver muita conservação”, relatou. Ele apontou fezes de pombo e marcas de poeira nas esculturas em frente à Catedral e marcas encardidas na pintura clara da igreja. Os problemas constatados pelo gaúcho têm menos de 16 dias para serem solucionados ou, ao menos, mascarados.
Apesar disso, ele gostou do que viu. Achou a arquitetura da cidade muito bonita e, em comparação à sua terra natal, notou mais atrações turísticas propícias à exploração. As obras de Oscar Niemeyer, além do reconhecimento pela Unesco como Patrimônio Histórico da Humanidade, são alguns dos trunfos da capital. “Acredito muito no potencial que temos para mostrar”, animou- se o secretário de Turismo, Luis Otávio Mendes.
Manutenção é necessária
A coordenadora do curso de Turismo da Universidade Católica de Brasília (UCB), Camila Aparecida, destaca que a cidade é mais propícia ao chamado “turismo físico”. “O governo tem que pensar não apenas no atrativo, mas na infraestrutura que as circunda. Aquela que permite ao turista o acesso”, diz.
“Em Brasília temos problema também em relação à informação. O turista ainda não tem um sistema adequado que o atenda”, criticou. Para ela, os principais patrimônios têm sérios problemas de conservação, que vão desde manchas e rachaduras aparentemente superficiais a danos estruturais.
As amigas Aldecina Oliveira, dona de casa de 48 anos, e Ana Maria Cardoso, tosadora de 49, trocaram a praia de Cabo Frio (RJ) pelo Cerrado por alguns dias. “Tudo parece organizado e belo por aqui”, encantou-se Aldecina, que ficou animada com a ida à Catedral.
Sua amiga, no entanto, não se deixou levar somente pela aparência. “A Copa vai ser boa porque o governo terá de limpar as atrações. Mas vejo que nem tudo está limpo ainda”, apontou. “Deveriam fazer esses trabalhos de manutenção constantemente. Mas no Brasil todo é assim, deixam pronto de última hora”, destacou.
Torre de TV
Os elevadores da Torre de TV e o mezanino foram completamente reformados, segundo a Secretaria de Turismo.
A fonte luminosa e o jardim Burle Marx, que ficam em frente ao monumento, devem ficar prontos até o Mundial, segundo a pasta. A tradicional feira, no entanto, tem futuro incerto.
A pasta disse não haver obrigatoriedade para que os feirantes trabalhem durante a semana, por exemplo.