A decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) a favor de poupadores nas ações dos planos econômicos derrubou os papéis dos bancos na última hora do pregão desta quarta-feira (21) e fez a Bolsa fechar no vermelho.
A decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) a favor de poupadores nas ações dos planos econômicos derrubou os papéis dos bancos na última hora do pregão desta quarta-feira (21) e fez a Bolsa fechar no vermelho.
O Ibovespa, principal índice de ações do país, permaneceu durante todo o pregão no azul e sinalizava com um dia de recuperação após duas quedas seguidas. Fechou com recuo de 0,31%.
Em julgamento apertado, o STJ decidiu que os juros de mora nas ações de poupadores dos planos econômicos devem ser contados a partir da citação da ação coletiva, não das execuções individuais.
Essa decisão amplia em bilhões a quantia que os bancos terão de ressarcir aos poupadores caso sofram derrota no julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) que decidirá se as instituições financeiras são responsáveis. A cifra pode chegar a R$ 341 bilhões, segundo valores apresentados pelo Banco Central.
O Banco do Brasil foi o mais afetado pela decisão desta quarta-feira. As ações do banco estatal caíram 7,25%. Itaú (-2,13%) e Bradesco (-2,54%) também tiveram perdas.
"A decisão é um péssimo sinal, pois o próprio governo sabe que uma decisão contrária aos bancos teria um efeito muito relevante sobre o setor financeiro, principalmente na Caixa e no Banco do Brasil", disse o analista de renda variável João Pedro Brugger, da Leme Investimentos.
A queda do Ibovespa é a terceira seguida nesta semana. Nos três dias, a variação já chega a -3,28%.
Investidores reagiram bem à divulgação da ata do Fed (banco central dos EUA), que indicou não haver perspectiva de uma alta de juros no curto prazo. A contribuição estrangeira ajudou o Ibovespa a subir quase 1% ao longo do dia, antes de ser afetado pela decisão do STJ.
Também injetou otimismo nos operadores do mercado norte-americano, onde as Bolsas subiram quase 1%. As Bolsas da Europa também tiveram um dia positivo, com destaque para a Alemanha, onde a alta foi de 0,61%,
O dólar comercial caiu 0,27%, cotado a R$ 2,211. Já a cotação à vista caiu 0,2%, para R$ 2,075.