Bancos do país querem levantar US$ 29 bi

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Bancos da China deverão captar dezenas de bilhões de dólares nos próximos meses via emissões de ações preferenciais, dentro das medidas de reforço da base de capital antes da implementação de regras mais rígidas, e diante da possibilidade do aumento de créditos de má qualidade.

Bancos da China deverão captar dezenas de bilhões de dólares nos próximos meses via emissões de ações preferenciais, dentro das medidas de reforço da base de capital antes da implementação de regras mais rígidas, e diante da possibilidade do aumento de créditos de má qualidade.

Dois dos maiores bancos chineses - o Banco Agrícola da China e o Banco da China [que não é o banco central] - já anunciaram que pretendem captar até 180 bilhões de yuans (US$ 29 bilhões) por meio de emissões de ações preferenciais, após as mudanças nas regras anunciadas pelas autoridades no mês passado. Outras instituições devem fazer o mesmo.

Os bancos chineses parecem possuir colchões de segurança apropriados, mas suas opções de aumento de capital são limitadas e eles enfrentam um futuro cada vez mais incerto.

As emissões comuns de direitos de subscrição de ações não são uma opção por causa da regulação bancária que impede os bancos de vender ações ordinárias enquanto suas ações são negociadas a uma relação preço de mercado sobre valor contábil inferior a 1, como é o caso da quase todos os bancos da China atualmente. A ação do Banco da China, por exemplo, está sendo negociada 0,8 vez o preço de mercado em relação ao valor contábil.

Com as ações deprimidas, os bancos buscam uma alternativa flexível à geração de caixa para atender os padrões de adequação de capital cada vez mais exigentes.

Entretanto, "a necessidade de capital não é a parte principal da história. Os bancos chineses estão muito bem capitalizados", diz Dominique Jooris, diretor de crédito e mercados de capitais do Goldman Sachs para a Ásia (exceto Japão). Mas além de atender às exigências do Acordo de Basileia 3 e às exigências das autoridades chinesas, eles querem se certificar de que poderão "reforçar o colchão de segurança".

Reduzir os dividendos para reter mais lucros seria outra opção de reforço de capital. Os bancos chineses pagam alguns dos mais altos dividendos da região, o que tem ajudado a impedir ainda mais a queda dos preços de suas ações. Mas, segundo analistas, eles não devem seguir este caminho enquanto o desempenho das ações estiver tão fraco. Tentativas anteriores do tipo foram atacadas por grandes acionistas, que incluem entidades dos governos regionais e central.

Há também dúvidas sobre a capacidade dos bancos de manter níveis elevados de lucratividade uma vez que a China deve liberar as taxas de juros - o que o governo prometeu fazer em dois anos. Tal medida provavelmente vai corroer as atuais margens de juros, que são garantidas.

As ações preferenciais se encontram entre os lados do endividamento e patrimônio da estrutura de capital, pagando um dividendo fixo como se fosse um bônus, mas com o potencial de abocanhar ganhos dos mercados de ações. Elas podem ser convertidas em ações ordinárias quando a relação de capital de um banco cai abaixo de um determinado nível. Na verdade, elas são uma aposta de que os bancos da China não serão beneficiados por um grande rali do mercado de ações, mas também não sofrerão uma crise grave.

Ao contrário das ações ordinárias, as preferenciais também estão abertas a fundos com mandatos que os impedem de comprar ativos de crédito, o que dá aos bancos chineses um acesso potencial a investidores globais em títulos de dívidas no caso de emissões dessas ações no mercado internacional.

As autoridades reguladoras da China estabeleceram um cronograma rígido para o cumprimento das metas de adequação de capital, exigindo que os quatro maiores bancos do país - AgBank, Banco da China, Banco Industrial e Comercial da China e Banco para a Construção da China - apresentem um capital de nível 1 de 9,5% até 2018.

May Yan, analista do setor bancário do Barclays, acredita que os bancos chineses terão de captar até 1 bilhão de yuans nos próximos anos, via emissões de ações preferenciais, para cumprir essas exigências.

Alguns bancos já conseguiram isso, mas o AgBank e o Banco da China ainda têm trabalho pela frente. O atual plano de emissão de ações preferenciais do AgBank elevaria sua relação de capital de nível 1 de 9,25% para 10,08%, segundo dados da corretora CLSA.

Enquanto isso, as perspectivas para o setor continuam incertas. No ano passado os bancos mais que dobraram a quantidade de empréstimos ruins baixados como prejuízo. Com a desaceleração da economia chinesa, esses créditos podres deverão aumentar mais, podendo piorar as posições de capital dos bancos.

"Na superfície, todos os bancos chineses possuem uma proteção mais que suficiente. No entanto, como não está claro onde a relação de empréstimos vencidos e não pagos vai parar, o setor quer se preparar", escreveu a analista Patricia Cheng, da CLSA, em uma nota a clientes.

 

 

 

 Fonte: Valor econômico

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