Estímulo ao crédito de veículo deve ser tímido

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Ministério da Fazenda e bancos tentam costurar até a próxima semana o conjunto de medidas para impulsionar o financiamento de veículos, uma das apostas do governo para solucionar a crise na indústria automotiva. Até agora, porém, tudo indica que o pacote tende a ser tímido, com diversos pontos ainda indefinidos. Por enquanto, as medidas que são consenso entre os envolvidos são as que melhoram os aspectos jurídicos envolvidos na recuperação de créditos inadimplentes.

Ministério da Fazenda e bancos tentam costurar até a próxima semana o conjunto de medidas para impulsionar o financiamento de veículos, uma das apostas do governo para solucionar a crise na indústria automotiva. Até agora, porém, tudo indica que o pacote tende a ser tímido, com diversos pontos ainda indefinidos. Por enquanto, as medidas que são consenso entre os envolvidos são as que melhoram os aspectos jurídicos envolvidos na recuperação de créditos inadimplentes.

A visão de executivos de bancos é que a recuperação de veículos é um processo longo e moroso demais, com uma taxa de sucesso muito baixa. O processo de recuperação custa, em média, R$ 5 mil para o banco, sendo que, em algumas instituições, não se recupera 15% do que entra em inadimplência. A lei brasileira também determina que o banco arque com eventuais multas e encargos atrasados (como o IPVA) se quiser leiloar o carro. Junta-se isso tudo à depreciação natural do preço do carro e fica claro porque há bancos que optam por nem iniciar o processo de recuperação judicial do veículo.

De uma maneira geral, os bancos esperam padronizar os procedimentos e custos de recuperar veículos entre os Estados. Há diferenças marcantes entre o preços de ações de busca e apreensão, além de diferentes velocidades de duração do processo. "Tem Estado em que pagamos R$ 1 mil só para notificar o devedor", afirma o executivo de um banco. A mobilidade da garantia também complica a retomada, em especial se combinada à limitação da jurisdição dos cartórios.

A dúvida, porém, é quanto tempo a mudança na regra de recuperação levaria para surtir efeito sobre a concessão de crédito. A conta que tem sido feita nas reuniões é qual o tamanho necessário do estímulo para devolver as vendas de veículos à média histórica dos três últimos anos (perto de 311 mil unidades por mês). Neste ano, a média até agora está em 276 mil veículos. Outra questão é se não há, além do problema de oferta, também uma menor demanda pelas operações de veículos.

Além da melhoria na recuperação, os bancos buscam formas mais diretas para estimular a concessão de crédito. Fontes ouvidas pelo Valor afirmam que foi deixada de lado, pelo menos por ora, a criação de um fundo que serviria como um seguro contra calotes nos empréstimos de veículos por dificuldades em operacionalizar essa ferramenta. Agora, está em discussão a criação de um outro fundo, dessa vez para baratear a captação de recursos para financiamentos na modalidade. Os estudos, porém, são preliminares.

O fraco desempenho dos financiamentos de veículos em abril só tende a aumentar a urgência da discussão. Dados da Cetip, responsável pelo registro das garantias dessas operações, mostram que o volume de operações caiu 13% em abril, na comparação com o mesmo mês de 2013, registrando R$ 13,59 bilhões em recursos desembolsados.

Do total de vendas de veículos, foram financiadas 35,3%, ante 38,1% no mesmo mês de 2013. Este é um dos percentuais mais baixos da série histórica, que começa em janeiro de 2007. Só foi menor em setembro do ano passado (35,1%).

Fonte: Valor econômico

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