Pode ser o clima de Copa do Mundo, podem ser as eleições, mas o fato é que o "tema Brasil" é a bola da vez. E até na Carteira Valor o viés nacional se faz mais que presente. Em maio, o portfólio mostra que praticamente todos os papéis recomendados estão vinculados a questões internas, seja de setores como o financeiro, de consumo, educacional ou elétrico.
Pode ser o clima de Copa do Mundo, podem ser as eleições, mas o fato é que o "tema Brasil" é a bola da vez. E até na Carteira Valor o viés nacional se faz mais que presente. Em maio, o portfólio mostra que praticamente todos os papéis recomendados estão vinculados a questões internas, seja de setores como o financeiro, de consumo, educacional ou elétrico.
Neste mês, porém, os participantes da carteira resolveram apostar em mais mudanças para calibrar o resultado. Com duas recomendações cada, foram incluídas as ações Bradesco PN, Cemig PN, Cielo ON e Kroton ON.
Com isso, o setor financeiro ocupa lugar de destaque no portfólio, com outros dois papéis já indicados anteriormente - BB Seguridade ON, com a preferência de cinco corretoras, e Itaú Unibanco PN, com três recomendações, uma a menos que em abril. O segmento de consumo, por sua vez, conta com dois representantes - Ambev ON, indicada por três casas, e Pão de Açúcar PN, por duas. E os dois pesos pesados Petrobras PN e Vale PNA garantiram novamente participação na carteira, citados por três e duas instituições, respectivamente.
Em abril, a bolsa brasileira conseguiu capturar o segundo mês de ganhos, com a alta de 2,40% do Ibovespa. A Carteira Valor teve valorização de 2,83% e, ainda que com leve baixa no ano, acumula apreciação de 5,27% em 12 meses, ante queda de 7,66% do principal índice do mercado.
Dentre as novatas da carteira, a Cielo foi recomendada pela Geração Futuro / Brasil Plural por ser considerada uma ação defensiva em meio à visão de que o mercado seguirá com volatilidade em 2014. Na visão do analista Renato de Azevedo Antunes, o papel da empresa não deve sofrer com eventos como a Copa e a eleição presidencial, e ainda deve apresentar resultados relevantes no período, como crescimento de lucros aproximadamente de 13% e "dividend yield" (retorno com dividendos) de 3,5%.
Ainda dentre as escolhas financeiras, as ações do Bradesco, que avançaram 6,48% no mês passado e sobem 15,37% em 2014, foram incluídas na lista de indicações da Souza Barros. O economista-chefe Clodoir Vieira assinala que o balanço do primeiro trimestre veio acima do esperado pelo banco e, dada a volatilidade do mercado, considera que o papel tende a dar um equilíbrio à carteira.
O estrategista da Santander Corretora, Leonardo Milane, preservou a recomendação das ações do Bradesco devido à perspectiva de resultados trimestrais positivos.
Em educação, a Geração Futuro/Brasil Plural indicou os papéis da Kroton de olho nos números fortes a serem registrados no primeiro trimestre, que tendem a beneficiar os papéis no curto prazo, assim como na expectativa de resolução do impasse com o Cade em relação à fusão com a Anhanguera.
Milane, da Santander, também está atento ao balanço da empresa e à baixa de 4,29% dos papéis em abril. "Colocamos a ação para surfar no resultado trimestral e o papel performou mal no mês passado", comenta o estrategista. O balanço da Kroton vai ser divulgado no próximo dia 13.
E com valorização de nada menos que 11,41% em abril e de 21,27% no ano, as ações da Cemig também estão entre as novidades de maio. A Souza Barros foi uma das corretoras que recomendaram os papéis da mineira. O economista-chefe da casa explica que a escolha é defensiva e diz que a empresa foi mantida em sua carteira pelos bons resultados apresentados e pelo histórico de estabilidade.
A bolsa brasileira contou, em abril, com novo impulso de fluxo estrangeiro, com a entrada líquida de R$ 1,863 bilhão até o dia 29. No acumulado do ano, o saldo também está positivo, em cerca de R$ 5,24 bilhões.
Para a Bradesco Corretora, o desempenho ainda está mais relacionado a aspectos técnicos, como rebalanceamento de carteira, expectativas melhores de curto prazo para o câmbio e especulações vinculadas a eleições, que a uma melhora de fundamentos. "Vemos o cenário para crescimento, taxas de juros e inflação muito parecido com o do início de 2014 (com o cenário cambial como a principal diferença)", afirma a casa, em relatório.
A Bradesco espera resultados corporativos mistos no primeiro trimestre e diz acreditar que os principais fatores que poderão sustentar um bom desempenho do mercado brasileiro daqui para frente seguem vinculados ao desempenho dos emergentes, o que envolve expectativas para os EUA e para a China, além de um noticiário local focado em eleições.