Banco público desacelera, mas ainda ganha mercado

Tamanho da Letra:

Nos três primeiros meses do ano os bancos públicos ganharam espaço sobre os concorrentes privados, mesmo que tenham crescido a uma velocidade menor que a do ano passado. Em março, os bancos públicos respondiam por 51,9% do crédito no país. Um ano antes, essa fatia era de 48,76%. Já no fim de dezembro, a participação era de 51,2%, segundo números do Banco Central.

Nos três primeiros meses do ano os bancos públicos ganharam espaço sobre os concorrentes privados, mesmo que tenham crescido a uma velocidade menor que a do ano passado. Em março, os bancos públicos respondiam por 51,9% do crédito no país. Um ano antes, essa fatia era de 48,76%. Já no fim de dezembro, a participação era de 51,2%, segundo números do Banco Central.

O crescimento da fatia do crédito oficial no total de empréstimos acende sinal de cautela entre analistas. "O papel crescente dos bancos públicos na originação e na alocação do crédito tem implicações macro e é uma fonte de desconforto no médio prazo", escreveu o diretor de pesquisas para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório.

O que os dados de crédito confirmam, porém, é a tese de que os bancos públicos estão hoje menos agressivos do que há um ano. Se em março de 2013 o estoque de operações dessas instituições crescia a um ritmo de 29% ao ano, hoje essa velocidade caiu para 21%. Bem acima da taxa de crescimento dos bancos privados, que avançou 6,6% no acumulado 12 meses até março.

"A esperada redução dos aportes ao BNDES deve reduzir o crédito total, mas não a participação dos bancos públicos", afirma a equipe de economistas do Banco Fator, em relatório.

Dos três bancos privados que divulgaram resultados até agora, tanto Bradesco como Itaú Unibanco superaram a média de crescimento apresentada pelo conjunto dos bancos privados. A carteira de crédito do Itaú, pelo critério do Banco Central, avançou 9,95% no acumulado 12 meses, para R$ 408,3 bilhões. A do Bradesco avançou 10,2%, para R$ 328,3 bilhões. Só o Santander ficou abaixo, crescendo 5,8% no período, para R$ 224 bilhões.

Em meio ao ganho de espaço dos bancos oficiais - e ao marasmo que dita o desempenho dos demais - chama atenção o fraco resultado do crédito para veículos. A queda no estoque da modalidade se acentuou em março, com um recuo de 1,5% no ano, totalizando R$ 190 bilhões, ante queda de 0,5% no mês anterior. Não à toa, a linha está no centro das discussões entre governo, bancos e montadoras para encontrar uma saída para a crise no setor automotivo.

Ontem, porém, uma das principais figuras do sistema financeiro relativizou a responsabilidade do crédito na queda das vendas de veículos. "Os carros nos pátios não podem ser explicados unicamente pelo canal do crédito", afirmou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, após evento em Brasília. No Bradesco, o estoque de crédito de veículos encolheu 13,6% no acumulado de 12 meses. No Itaú, a queda foi ainda mais acentuada, 23,6%. Na contramão, cresceu 13,1% no Santander.

Trabuco rechaçou avaliação de que há falta de crédito para o consumo como um todo. "Não existe escassez de crédito. Não existe. Nos balanços, se vê que tem crescido acima de 10%. Ele tem uma relação com o PIB. Temos um PIB potencial e o crédito vai crescer na medida em que haja uma demanda."

Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, apontou para fatores além do crédito para explicar o momento da indústria automotiva. "O financiamento de veículos é de longo prazo, então a confiança do consumidor é importante", afirmou, em entrevista coletiva ontem. Para ele, também houve antecipação da compra de veículos em anos anteriores, graças ao incentivo tributário.

O período de recuo no saldo de crédito para veículos foi acompanhado por significativa queda na inadimplência da modalidade. Em um ano, a taxa de calotes saiu de 6,3% para 5%.

 Fonte: Valor econômico

Boletim Eletrônico

Inscreva-se em nosso Boletim Eletrônico para manter-se informado.

Mensagem da AFABB-DF

Associação com 21 anos (2000 - 2021) de atuação permanente na defesa e preservação dos interesses dos associados, o que determina nossa razão de ser!

Sempre mais forte com sua participação,

A AFABB-DF

Contato

 O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
 +55 61 3226 9718 | 3323 2781
 Setor Bancário Sul | Quadra 02 | Bloco A | Edifício Casa de São Paulo | Sala 603 | Brasília/DF | CEP: 70078-900