O Banco Central (BC) reafirmou nesta quinta-feira a visão de que a inflação acumulada em 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está resistente e mais alta do que se antecipava. Para evitar a continuidade desse quadro, a autarquia defende que a política monetária “deve se manter vigilante” e agir com a “devida tempestividade”.
O Banco Central (BC) reafirmou nesta quinta-feira a visão de que a inflação acumulada em 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está resistente e mais alta do que se antecipava. Para evitar a continuidade desse quadro, a autarquia defende que a política monetária “deve se manter vigilante” e agir com a “devida tempestividade”.
A avaliação está na ata da reunião em que o Comitê de Política Monetária (Copom) promoveu novo aumento da taxa básica de juros da economia, na semana passada, de 10,75% para 11% ao ano. A decisão foi tomada antes de o IBGE divulgar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,92% em março, apontando inflação acumulada de 6,15% em 12 meses.
Houve uma mudança no que se refere à defesa do caráter vigilante na política de juros. No documento da reunião feita em fim de fevereiro, o BC defendia uma política “especialmente vigilante” e não só “vigilante”, como diz o texto divulgado hoje.
A autoridade monetária foi mais enfática na defesa da eficácia dos aumentos já promovidos na taxa básica de juros sobre o comportamento futuro dos preços. “Parte significativa da resposta dos preços ao atual ciclo de aperto monetário ainda está por se materializar”, diz a instituição na ata. O texto reafirma que “os efeitos das ações de política monetária sobre a inflação são cumulativos e se manifestam com defasagens”.
Numa alusão ao receio das pessoas em consumir em momentos de menor confiança, adicionalmente ao fato de que os aumentos de juros ainda não surtiram todo o seu impacto, a ata diz ser “plausível afirmar que, na presença de níveis de confiança relativamente modestos, os efeitos das ações de política monetária tendem a ser potencializados”.
O BC repete a avaliação contida no último Relatório Trimestral de Inflação, de que os canais de transmissão das decisões do Copom para os preços da economia estão funcionando normalmente. “As informações disponíveis sugerem que os impulsos monetários intriduzidos desde abril de 2013 têm se propagado normalmente por intermédio dos principais canais de transmissão”, afirma a ata, acrescentando que isso tende a continuar nos próximos meses.
O Copom reforçou que as próximas decisões sobre a taxa básica de juros vão depender da evolução do cenário macroeconômico e avalia que o ritmo de expansão da atividade doméstica tende a se manter relativamente estável neste ano, em comparação a 2013.
Para o colegiado, o consumo tende a continuar em crescimento, porém, em ritmo mais moderado do que o observado em anos recentes; e os investimentos ganhariam impulso. Já no que diz respeito ao componente externo da demanda agregada, o comitê repete que o “cenário de maior crescimento global, combinado com a depreciação do real, milita no se ntido de torná-lo mais favorável ao crescimento da economia brasileira”.
Pelo lado da oferta, o Copom volta a dizer que emergem perspectivas mais favoráveis à competitividade da indústria e da agropecuária e que, no horizonte relevante para a política monetária, o setor de serviços tende a crescer a taxas menores do que as registradas em anos recentes. “É plausível afirmar que esses desenvolvimentos – somados a avanços em termos de qualificação da mão de obra – traduzir-se-ão numa alocação mais eficiente dos fatores de produção da economia e em ganhos de produtividade.”
O comitê reitera que “a velocidade de materialização das mudanças acima citadas e dos ganhos delas decorrentes depende do fortalecimento da confiança de firmas e famílias”.