Fundos de inflação voltam a registrar perdas no mês

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Se fevereiro foi o melhor mês para os fundos de inflação desde abril de 2012...

Se fevereiro foi o melhor mês para os fundos de inflação desde abril de 2012, março mostra que a volatilidade ainda marca presença no segmento. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) indicam uma reversão da alta na categoria renda fixa índices, que registra queda de 0,28% no mês até dia 14.

No ano, os fundos de inflação, com carteiras focadas em NTN-Bs, títulos que pagam uma taxa prefixada mais a variação da inflação, ainda sobem 1,50%, devido à alta de 2,96% do mês passado.

Na avaliação do gestor de carteiras de renda fixa da Western Asset, Sergio Evangelista, a volta das perdas nos fundos de inflação ocorre por motivos diferentes dos que impactaram o mercado no início do ano. "Em janeiro, a preocupação era com o ritmo de recuperação dos Estados Unidos. Mas, agora, as causas são internas", diz.

Segundo o especialista, "do fim de fevereiro para cá, houve o surgimento de novas pressões inflacionárias", explica. Evangelista cita a preocupação com aumentos de preços da energia elétrica e do setor agrícola. "O mercado tem dúvida sobre o quanto será repassado ao consumidor da subida de custos da energia", afirma. Em relação aos preços agrícolas, o gestor lembra que a segunda prévia de março do IGP-M mostra forte aceleração na inflação do setor.

A perspectiva de piora no cenário de inflação tem levado à subida dos prêmios das NTN-Bs mais longas, que haviam recuado em fevereiro por conta de um conjunto de fatores, como o anúncio da meta fiscal pelo governo, de sinais de que a recuperação americana não seria tão rápida e da volta do investidor estrangeiro, com a melhora da percepção sobre os mercados emergentes, explica o gerente-executivo de fundos de renda fixa da BB DTVM, Andre Abreu. De acordo com o gestor, a revisão das projeções de inflação tem feito "as taxas das NTN-Bs mais longas voltarem a se aproximar do patamar que atingiram em janeiro". Um exemplo é a NTN-B 2050, que, ontem, embutia um juro real de 6,97%.

Outros segmentos de renda fixa, no entanto, têm tido desempenho mais estável neste início de ano. As categorias renda fixa e renda fixa crédito livre mantiveram, na semana passada, rentabilidade em linha com o Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), referência de aplicações conservadoras, com altas de 0,19% e 0,20%. No período, o CDI teve variação positiva de 0,20%. No mês, até dia 14, os dois segmentos acumulam subidas de 0,27% e 0,30%.

No acumulado do ano, a posição se inverte, com ligeira vantagem para os fundos de renda fixa, que carregam papéis prefixados. A categoria apresenta a maior rentabilidade de 2014, com 2,06%. As carteiras de renda fixa crédito livre, por sua vez, registram alta de 1,87% no período.

Em um cenário marcado pela imprevisibilidade, as categorias curto prazo e referenciado DI têm se mantido como refúgio para estratégias conservadoras. Tanto que, apenas na semana passada, essas carteiras registraram captações líquidas de, respectivamente, R$ 7,4 bilhões e R$ 14 bilhões. Muito acima dos R$ 2,6 bilhões da renda fixa. Já os fundos cambiais e de ações tiveram saques líquidos no período, de R$ 37 milhões e R$ 351 milhões, segundo a Anbima. "As taxas de curto prazo nos parecem o melhor lugar para se estar no momento, porque ainda têm prêmios altos e menor volatilidade", explica Evangelista, da Western.

As carteiras de curto prazo e referenciado DI tiveram retornos positivos de 0,20% na semana. Em 2014, acumulam rentabilidades de 1,95% e 1,99%, igualando o CDI. "Na fase dos juros baixos, o DI era um patinho feio e, agora, está voltando a ser cisne", afirma Abreu, da BB DTVM.

Em março, metade das categorias de multimercados alcançou retornos positivos. No período, registraram perdas os segmentos macro, com queda de 0,14%; trading, com baixa de 0,89%; e multiestratégia, com recuo de 0,04%. Já as carteiras de multigestor, juros e moedas e estratégia específica tiveram altas de, respectivamente, 0,07%, 0,30% e 0,49%.

No lado da renda variável, quase todos os portfólios aprofundaram as perdas. A categoria ações setoriais foi a que mais caiu, com prejuízo de 4,09% em duas semanas de março, seguida pelas carteiras IBrX ativo, que recuaram 3,94%; Ibovespa ativo, com queda de 3,41%; sustentabilidade/governança, com variação negativa de 3,46%; e small caps, com baixa de 3,34%. Ações livre foi a que menos perdeu, com 2,72% negativos.

Apesar dos prejuízos, o diretor de renda fixa e multimercados da Fator Administração de Recursos (FAR), Marcos Paolozzi, vê oportunidade para gestores que apostarem em uma estratégia de valor. "A bolsa está no nível mais baixo dos últimos três anos. Do ponto de vista de preços, a possibilidade de retorno positivo nos próximos dois anos é bem interessante", explica.

Apenas as carteiras "long and short", que podem manter posições vendidas e apostar na baixa de papéis, têm ganhos no mês. O tipo neutro acumula retorno de 0,15%, enquanto a direcional está praticamente no zero a zero, com alta de 0,01% em março.

 Fonte: Valor Econômico

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