As expectativas do mercado para a inflação continuam a se deteriorar,...
As expectativas do mercado para a inflação continuam a se deteriorar, segundo o boletim Focus, do Banco Central. A mediana das estimativas, colhidas entre cerca de cem instituições, para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 6,01% para 6,11% na semana passada. Há um mês, a projeção era de 5,93%.
Essa elevação ocorre depois de o IPCA de fevereiro ter subido 0,69%, um pouco acima do esperado, e de alguns indicadores de preço no varejo de março, como o IPC-S, já mostrarem aceleração por conta de uma nova alta nos preços dos alimentos, provocada entre outros motivos por problemas climáticos.
Hoje, a FGV informou que o IPC-S subiu de 0,71% na primeira semana, para 0,84% na segunda semana deste mês. O indicador tinha encerrado fevereiro em 0,66%. No Focus, os analistas elevaram suas previsões para o IPCA de março, de 0,56% para 0,62%.
As estimativas para o IPCA em 12 meses (6,12%) e em 2015 (5,70%) não foram alteradas.
A despeito da expectativa de uma inflação maior, os analistas mantiveram suas estimativas para o juro. A mediana das projeções para a taxa Selic seguiu em 11,00% ao fim deste ano e em 12,00% ao fim de 2015. Atualmente, o juro está em 10,75% ao ano.
Entre os analistas Top 5 – os que mais acertam as previsões - também houve ajustes na expectativa de inflação. A mediana de médio prazo para o IPCA em 2014 subiu de 5,89% para 5,99%, mas a mesma medida para 2015 cedeu de 5,80% para 5,78%.
As projeções desse grupo para a Selic seguiram em 11,75% em 2014 e em 12% m 2015. Eles também veem a inflação de março mais salgada e elevaram a estimativa do IPCA neste mês de 0,65% para 0,69%.
Preços administrados
Também se deteriorou a expectativa para a alta dos preços administrados, que são aqueles que de alguma forma sofrem interferência do governo, como gasolina, energia elétrica e medicamentos. Os analistas agora esperam uma alta de 4,50% neste ano, ante 4,12% na semana anterior. Há um mês, a expectativa era de alta de 4,06%. Para 2015, a estimativa passou de 5% para 5,35%.
Fonte: Valor Econômico