A Bovespa pegou carona no clima positivo dos mercados internacionais e recuperou...
A Bovespa pegou carona no clima positivo dos mercados internacionais e recuperou a linha dos 47 mil pontos ontem, com ajuda de Petrobras, bancos, siderúrgicas, construtoras e até elétricas. Na ponta negativa ficaram empresas de educação, Embraer, Brasil Foods e Banco do Brasil.
No fim das contas, depois de dois pregões de março, o Ibovespa voltou exatamente ao mesmo ponto em que terminou fevereiro. O índice subiu 1,08% ontem, para 47.093 pontos, com volume de R$ 5,779 bilhões.
E a tendência, segundo os analistas técnicos, é que o mercado brasileiro continue assim: sem forças para cair ou para se recuperar, com o Ibovespa oscilando entre os 46 mil e os 48,5 mil pontos. O quadro de indefinição só deve mudar quando o mercado romper um desses dois níveis.
Operadores não encontraram motivos para a alta expressiva de alguns papéis ontem além do fato de terem apanhado muito nos últimos pregões. "Tem muita ação amassada que recuperou um pouco ontem", comentou um experiente operador.
Esse foi o caso de Petrobras PN (1,05%, a R$ 13,43) e ON (1,73%, a R$ 12,93), que depois de terem renovado suas mínimas desde 2005 na quarta, ontem chegaram a figurar entre os principais ganhos do dia, mas perderam força no fechamento.
A estatal registrou queda de 2,2% na produção de petróleo e gás em janeiro ante dezembro. Só de petróleo, a produção caiu 2,4% no mês. Segundo a companhia, a queda se deve à interrupção da plataforma P-20, no campo de Marlim, na Bacia de Campos.
Já Vale PNA (R$ 28,11) não saiu do lugar. O presidente da mineradora, Murilo Ferreira, disse em entrevista ao Valor que há três fatores que vêm influenciando a visão dos investidores sobre a Vale: os volumes de produção de minério de ferro, a China e o processo eleitoral brasileiro. "Em havendo uma evolução nesses três ambientes, a [avaliação da ação] da Vale vai chegar ao nível que ela merece atualmente", disse.
Os bancos caminharam em sentidos opostos. Enquanto Itaú PN (2,76%), Bradesco PN (3,81%) e ON (3,89%) marcaram ganhos expressivos, Santander Unit (1,49%) teve alta moderada e Banco do Brasil ON (-2,17%) ficou entre as maiores baixas do dia.
Os analistas do J. Safra elevaram sua recomendação para as ações do Bradesco para "outperform" (acima da média do mercado) e as do Santander para "neutro". A recomendação para os papéis do Banco do Brasil foi revisada para "underperform" (abaixo da média do mercado). O Itaú já tinha recomendação "outperform".
Lá fora, o alívio momentâneo com a crise na Ucrânia e a queda maior que a esperada nos pedidos de seguro-desemprego dos Estados Unidos trouxeram de volta o bom humor aos mercados. A expectativa agora recai sobre o dado oficial de geração de empregos em terreno americano, o chamado "payroll", que será divulgado na manhã desta sexta-feira.
Em Wall Street, os índices terminaram sem tendência definida. Operadores disseram que investidores preferiram evitar apostas muito arriscadas antes do anúncio do "payroll" de fevereiro. Ainda assim, o S&P 500 renovou seu recorde, com alta de 0,17%, aos 1.877 pontos. O índice Dow Jones subiu 0,38% e o Nasdaq perdeu 0,13%.
Fonte: Valor Econômico