Os dados que o Banco Central divulga diariamente sobre as taxas de juros praticadas pelos bancos mostram que o custo cobrado pelo Banco do Brasil (BB) em algumas linhas de crédito para pessoa jurídica disparou nas últimas semanas. A instituição, contudo, explica que se trata de um efeito estatístico por causa do pequeno volume concedido nessas categorias.
Os dados que o Banco Central divulga diariamente sobre as taxas de juros praticadas pelos bancos mostram que o custo cobrado pelo Banco do Brasil (BB) em algumas linhas de crédito para pessoa jurídica disparou nas últimas semanas. A instituição, contudo, explica que se trata de um efeito estatístico por causa do pequeno volume concedido nessas categorias.
Embora ainda com taxas mais baixas que a concorrência em quase todas as linhas, os juros do BB para pessoa jurídica vêm subindo um pouco acima da Selic nos diversos tipos de empréstimos monitorados pelo BC, à medida que a instituição tenta recompor as margens depois que seu custo de captação subiu mais do que os juros futuros indicavam no momento das concessões de crédito, no ano passado.
Mas houve um salto que chamou a atenção nas linhas prefixadas de capital de giro. No caso dos empréstimos com prazo de até 365 dias, o custo médio praticado pelo BB subiu de cerca de 20% ao ano em meados de dezembro para mais de 30% na última semana de janeiro. Nas operações prefixadas com prazo acima de um ano, as taxas médias praticadas saíram de 16% em meados de novembro para 25% no fim do mês passado. Procurado, o BB esclareceu, por meio de nota, que o aumento que aparece nos dados informados ao Banco Central se explica pela redução do volume de crédito concedido nessas duas linhas. "No capital de giro, a média diária de desembolsos prefixados representa menos de 1% do montante total do produto." O baixo volume, explica o BB, permite que poucas operações isoladas distorçam o custo médio informado ao BC, que é influenciado pelo mix de tomadores em cada período, mesmo que as taxas praticadas sejam as mesmas. Mas cabe notar que os empréstimos de capital de giro prefixado só ficaram com um volume tão reduzido porque o BB tem incentivado o repasse de empréstimos com taxas pós-fixadas, que ficam mais casadas com a captação do banco, que é majoritariamente indexada ao CDI. Nas linhas para pessoa física, o Banco do Brasil também promoveu alguns ajustes. A taxa do cheque especial, que em meados de 2013 chegou a ficar perto de 5% ao mês, com o intuito de atrair contas salário para o banco, voltou para perto de 7% em janeiro, embora ainda esteja abaixo da cobrada pelos bancos privados. No crédito pessoal não consignado o comportamento se repete. A recomposição de margens está sendo feita, mas os juros seguem mais baixos que os dos rivais.