Há pouco mais de uma semana, as discussões no mercado giravam em torno da possibilidade de o Banco Central (BC) apertar ainda mais a política monetária com uma alta de juros de 0,75 ponto percentual. Em um movimento surpreendente, a perspectiva de choque de juros saiu do radar. A expectativa predominante continua sendo a de um ajuste de 0,5 ponto na próxima reunião do Copom, dia 26, mas ganhou força a aposta de que a alta poderá ser de apenas 0,25 ponto.
Há pouco mais de uma semana, as discussões no mercado giravam em torno da possibilidade de o Banco Central (BC) apertar ainda mais a política monetária com uma alta de juros de 0,75 ponto percentual. Em um movimento surpreendente, a perspectiva de choque de juros saiu do radar. A expectativa predominante continua sendo a de um ajuste de 0,5 ponto na próxima reunião do Copom, dia 26, mas ganhou força a aposta de que a alta poderá ser de apenas 0,25 ponto.
Essa reviravolta foi provocada por três fatores. O primeiro foi o arrefecimento do ataque a moedas emergentes, que diminuiu a chance de uma arrancada do dólar - entre janeiro e o início de fevereiro, Turquia, Índia e África do Sul foram obrigados a subir os juros para preservar suas moedas. O segundo foi um trabalho de comunicação feito por diretores do BC para passar ao mercado mensagem de que não havia razão para apertar o passo dos juros. Eles lembraram que a Selic já foi elevada em 3,25 pontos percentuais no atual ciclo de alta. O terceiro foi a divulgação de dois indicadores: a forte queda da produção industrial em dezembro (-3,1%) e a inflação de janeiro abaixo da esperada (0,55%).
Ontem, o discurso da nova presidente do banco central americano (Fed), Janet Yellen, também agradou porque não trouxe surpresas: ela disse que não vai mexer no plano de redução de estímulos monetários e que não haverá "aumento automático" de juros, mesmo que o desemprego e a inflação atinjam as metas fixadas. Os investidores voltaram a comprar ativos de risco aqui e no exterior. O Ibovespa fechou em alta de 1,58%, tendência verificada nas bolsas importantes dos EUA e da Europa.
O BC brasileiro, por sua vez, questionou o Fed por incluir o Brasil, em relatório enviado ontem ao Congresso americano, no grupo dos países vulneráveis. Em telefonema à direção da instituição, um diretor do BC comunicou que considera "defasada" essa visão sobre o Brasil.
Fonte: Valor econômico