Reserva financeira pode garantir futuro tranquilo. Especialistas dão dicas de como programar o investimento.
Reserva financeira pode garantir futuro tranquilo. Especialistas dão dicas de como programar o investimento.
Os educadores financeiros afirmam que o ideal é começar a pensar no futuro o quanto antes, então por que não fazer uma previdência privada para os pequenos? A medida pode parecer precoce para algumas pessoas, mas se o recém-nascido já conta com o Cadastro de Pessoa Física (CPF), os responsáveis podem preparar uma reserva financeira para ele, o que será um diferencial no futuro do filho.
Quanto mais cedo, melhor
Para o economista e educador financeiro Richard Rytenband, da consultoria Timos, quanto antes os pais ou responsáveis começarem a poupar, melhor. “Se possível, caso o orçamento familiar permita, é interessante começar a pensar no futuro durante a gravidez mesmo. Quando o filho alcançar a maioridade terá uma quantia interessante que o deixará mais à vontade para tomar decisões com mais liberdade”, afirma.
Alessandro Griep, economista e diretor educacional da Mais Educa, rede de cursos de educação financeira, concorda: o nascimento da criança é o momento para que aqueles pais que desejam assegurar a qualidade de vida futura de seus filhos iniciem um plano de previdência ou de investimentos pensando em proporcionar a eles um futuro mais tranquilo. “Quanto mais cedo começarem, melhor, pois mais tempo terão para que os juros compostos na aplicação multipliquem o capital que está sendo acumulado. Começando cedo pequenos valores serão capazes de se multiplicar em grandes somas”, comenta Griep.
Futuro das crianças e orçamento familiar
Rytenband comenta que ao falar de previdência pensa-se em investimento de longo prazo e sugere: “Minha proposta é que os pais estabeleçam um percentual fixo que não prejudique o orçamento familiar, ou seja, um valor que esteja dentro da realidade da família e que possa ser aumentado aos poucos ao longo dos anos. Há pais que conseguem buscar novas fontes de renda para investir no futuro dos filhos, por exemplo”, orienta.
Mauro Calil, educador financeiro e autor do livro “A Receita do Bolo” diz que, infelizmente, não há um cálculo preciso de quanto os pais devam investir, pois seria tentar adivinhar no presente as necessidades daqui a 15 ou 20 anos. Mas, afirma que, mesmo que a quantia poupada seja pequena, R$100 ou ainda 2 a 3% dos gastos que se tem com o filho, é importante que seja realizada. “O bebê tem o maior patrimônio em relação às finanças pessoais, o tempo. Invista mesmo que modicamente e o tempo fará seu trabalho”, afirma Calil.
Griep diz que os planos devem ser pensados de forma a permitir que os pais possam manter um fluxo de recursos constantes sem pressionar demasiadamente o seu próprio orçamento. Para ele, é necessário conseguir equilibrar o consumo de curto prazo com o planejamento de longo prazo, o que permitirá ao casal manter a disciplina de depósitos constantes ao longo dos anos. “Nesse período inicial de formação de poupança, o fator principal para o sucesso é a capacidade do casal de poupar regularmente”, afirma.
Para ele, os pais devem levar em consideração prazo de investimentos, rentabilidade média real e líquida que deverão obter ao longo dos anos, o que permitirá planejar o patrimônio total que poderá ser alcançado e que desejam proporcionar a seus filhos. Com base nisso poderão chegar ao valor médio mensal de investimento e, assim, adequar o plano ou seu orçamento, permitindo executá-lo ao longo dos anos.
Educação financeira dos filhos
Calil recomenda aos pais que desde sempre acostumem os filhos a lidar com o dinheiro. Na infância, podem inserir moedas em cofrinhos, depois fazer compras na padaria, entregar dinheiro ao caixa e receber o troco. Na adolescência, os jovens podem começar a conhecer as diferentes aplicações financeiras, seus objetivos e riscos.
Ao ser perguntado se com o passar dos anos os pais devem delegar a responsabilidade do investimento aos filhos, Griep diz que sim. Para ele, os pais devem educar financeiramente seus filhos e passar ao longo da vida o poder de tomada de decisão.
“Dessa forma, os pais ensinarão os filhos a conduzirem investimentos e também a como conduzir sua vida. Ao passar a responsabilidade da previdência para o filho, vale a questão de que as decisões não sejam pensadas apenas para o prazer do consumo imediato, mas que sejam feitas planejando permitir ao alcance aquilo que realmente os farão felizes”, finaliza.