Crédito desacelera e segue dependente de banco oficial

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O crédito bancário cresceu 14,6% em 2013, numa suave desaceleração em relação aos 16,4% de 2012, mas em ritmo forte o bastante para manter sua tendência de alta em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), mostram dados do Banco Central. Os juros médios caíram no ano passado, apesar do aperto monetário em curso.

O crédito bancário cresceu 14,6% em 2013, numa suave desaceleração em relação aos 16,4% de 2012, mas em ritmo forte o bastante para manter sua tendência de alta em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), mostram dados do Banco Central. Os juros médios caíram no ano passado, apesar do aperto monetário em curso.

Ontem, o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, destacou alguns dados positivos: o crédito a investimentos ganhou impulso, enquanto o destinado a consumo desacelerou; a inadimplência manteve tendência de recuo; e, num ritmo mais moderado, o crédito seguiu sustentando a economia.

O lado menos favorável é os bancos públicos, mais uma vez, terem mantido quase sozinhos a oferta de crédito. E o crescimento do crédito ter sido muito dependente dos chamados empréstimos direcionados.

Duas linhas de crédito voltadas aos investimentos, em especial, tiveram crescimento mais forte. Os empréstimos do BNDES aumentaram 15,9% em 2013, acima do avanço do crédito como um todo, de 14,6%. Os financiamentos imobiliários a pessoas físicas cresceram 25,2%. Já o capital de giro, que responde por cerca de metade do crédito livre às empresas, teve avanço de apenas 5,9%. Os financiamentos de veículos, que em anos passados puxaram o crédito às famílias, recuaram 0,2%.

"O crédito segue como instrumento relevante para sustentar o processo de crescimento econômico", disse Maciel.

Analistas econômicos têm afirmado que anos seguidos de forte crescimento do crédito deixam o Brasil vulnerável à formação de bolhas. Maciel, porém, destacou que o crédito vem crescendo a taxas cada vez mais modestas, ano a ano. Ele lembrou que a expansão foi de 20,6% em 2010, 18,8% em 2011, 16,4% em 2012 e 14,6% em 2013. A desaceleração, porém, não impediu que o crédito seguisse crescendo como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), passando de 53,9% para 56,5% entre dezembro de 2012 e de 2013.

A inadimplência seguiu tendência de queda, passando de 3,7% em dezembro de 2012 para 3% no fim de 2013. O recuo foi mais expressivo no crédito livre, em que a taxa passou de 5,6% para 4,8% no mesmo período.

O crescimento do crédito bancário se concentrou basicamente nos bancos públicos, que registraram um avanço de 22,6% em 2013. No caso dos bancos privados nacionais, o aumento foi de 6,6%, e, nos estrangeiros, de 9%. Com isso, os bancos públicos assumiram participação preponderante no mercado, com sua fatia subindo de 48% para 51,2% entre 2012 e 2013. Para Maciel, essa foi uma "variação moderada". Ele lembrou que o crédito dos bancos oficiais tinha crescido ainda mais em 2012: 28%.

O crescimento do crédito bancário também foi excessivamente dependente dos empréstimos direcionados, que aumentaram 24,5% no ano passado.

Apesar do aperto monetário patrocinado pelo Banco Central, os juros médios cobrados pelos bancos ao longo de 2013, de 19% ao ano, foram mais baixos do que os 20,8% ao ano observados em 2012. De abril a dezembro de 2013, o BC elevou o juro básico de 7,25% ao ano para 10% ao ano. Neste mês, subiu para 10,5% ao ano.

Mas desde agosto passado as taxas médias cobradas pelos bancos têm ficado sistematicamente acima dos meses correspondentes de 2012. Em dezembro, por exemplo, os juros médios ficaram em 19,7% ao ano, acima dos 18% ao ano observados em dezembro de 2012.

Essa alta de juros médios bancários mais recente tem sido provocada basicamente pelo aumento dos custos de captação das instituições financeiras, que são diretamente afetados pelo aperto monetário. O chamado "spread" bancário vem se mantendo estável em torno de 11,5 pontos percentuais desde meados de 2013. Em dezembro de 2013, o "spread" ficou em 11,1 pontos percentuais (pp), um pouco abaixo dos 11,5 pp observados em dezembro do ano anterior. Um dos fatores que podem estar por trás da relativa estabilidade dos "spreads" é a competição dos bancos públicos, que por determinação do governo mantêm desde meados de 2012 uma política de cobrar juros mais baixos.

Em dezembro, o volume de crédito bancário cresceu 2,4%. Esse incremento, relativamente grande, deve-se a fatores sazonais. Em geral, a demanda por crédito por empresas é mais alta no fim do ano, assim como por pessoas físicas.

Fonte: Valor econômico

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