A Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e a Tarpon Investimentos pediram a "imediata e completa reformulação da área financeira" da Celesc, empresa estatal de energia elétrica de Santa Catarina. As duas são as maiores acionistas da companhia depois do governo catarinense, com 13,4% e 14,5% do capital social, respectivamente.
A Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e a Tarpon Investimentos pediram a "imediata e completa reformulação da área financeira" da Celesc, empresa estatal de energia elétrica de Santa Catarina. As duas são as maiores acionistas da companhia depois do governo catarinense, com 13,4% e 14,5% do capital social, respectivamente.
Em carta apresentada à empresa, Tarpon e Previ alegam que a Celesc erra por não acompanhar de perto o resultado de seus investimentos, não possuir visão estratégica e de longo prazo para a captação de recursos e por realizar um planejamento imediatista. "A diretoria financeira tardou em estruturar um plano mais robusto para a equalização da estrutura de capital da companhia e sua liquidez".
Para os dois acionistas, a empresa apresentou melhoras operacionais nos últimos dois anos, mas a gestão financeira ainda deixa a desejar. Ambos criticam a "insegurança, instabilidade e imprevisibilidade" do orçamento do grupo, e apontam o uso de cartão corporativo para arcar com despesas correntes - "o que é pouco eficiente do ponto de vista financeiro", afirmam.
Além de pedirem uma mudança geral na área, Tarpon e a Caixa de Previdência também exigem que o plano de eficiência operacional da Celesc seja colocado em prática com maior rapidez, para que sua estrutura financeira seja melhorada.
Resposta aos acionistas
Durante reunião do conselho de administração, o diretor financeiro do grupo, José Carlos Oneda, apresentou sua resposta à exigência dos investidores - que foi protocolada na secretaria de governança corporativa da empresa em agosto. Em sua argumentação, o executivo afirma que os profissionais da área atendem a todos os quesitos necessários, já que passaram em concurso público.
Em 30 de agosto, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já havia solicitado à divisão de distribuição de energia da companhia que apresentasse um plano para recompor o equilíbrio financeiro. Em sua resposta aos conselheiros, Oneda lembrou da criação do comitê orçamentário permanente da empresa catarinense para cuidar desses assuntos e que os orçamentos foram aprovados pelo conselho.
Segundo o diretor, o orçamento de 2013 foi aprovado em 22 de novembro de 2012 sem os impactos da Medida Provisória no 579, de 11 de setembro de 2012. "Após aprovação do orçamento, a Celesc, assim como todo o setor elétrico brasileiro, foi surpreendida por decisões governamentais, com o despacho térmico, fator até então desconhecido, imprevisível e de difícil quantificação financeira", argumentou.
Para o executivo, a reforma do comitê orçamentário - que agora possui dois órgãos destinados apenas ao segmento de distribuição - poderá ajudar nesse assunto. Sobre a captação de recursos, considerada ineficiente por Tarpon e Previ, Oneda lembra que, por ser uma estatal, a Celesc possui restrições na obtenção de empréstimos. "Esse tratamento jurídico [é] evidentemente desigual em relação às empresas privadas", afirma.
Após sucessivos prejuízos, a Celesc conseguiu registrar R$ 117,9 milhões de lucro líquido no segundo trimestre.