Bancos estrangeiros têm visão negativa para o real

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Em um ano de perspectivas ainda nebulosas para a economia brasileira, bancos estrangeiros traçam um cenário de pressão para o real. Um ponto em comum entre instituições como J.P. Morgan, Goldman Sachs, BNP Paribas e Morgan Stanley é o fraco ritmo da atividade doméstica, algo agravado pela redução do volume ofertado de "hedge" pelo Banco Central (BC), pelo risco de rebaixamento do rating soberano do país e pela retirada dos estímulos monetários nos Estados Unidos.

Em um ano de perspectivas ainda nebulosas para a economia brasileira, bancos estrangeiros traçam um cenário de pressão para o real. Um ponto em comum entre instituições como J.P. Morgan, Goldman Sachs, BNP Paribas e Morgan Stanley é o fraco ritmo da atividade doméstica, algo agravado pela redução do volume ofertado de "hedge" pelo Banco Central (BC), pelo risco de rebaixamento do rating soberano do país e pela retirada dos estímulos monetários nos Estados Unidos.

Para o J.P. Morgan, apesar do cumprimento da meta de superávit primário de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme anunciado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, o fato de um superávit equivalente a 1% do PIB ter vindo de receitas extraordinárias mantém vivos os temores relacionados à tendência de deterioração fiscal.

Citando a decisão do BC de reduzir a oferta diária de liquidez de US$ 3 bilhões por semana para US$ 1 bilhão e, principalmente, o risco maior de um corte na nota de crédito soberano do Brasil no primeiro semestre, o banco revisou para cima sua projeção para dólar. O J.P. espera que a moeda americana termine 2014 em R$ 2,50, ante previsão anterior de R$ 2,40. O banco vê ainda o dólar em R$ 2,60 no fim de 2015.

Dada a pressão sobre o real e a menor oferta de swaps neste semestre, o J.P. Morgan acredita que o BC fará a rolagem integral dos swaps cambiais tradicionais que vencem até junho, que segundo cálculos da instituição totalizam US$ 44,8 bilhões. Na sexta-feira, o BC informou que dará início em 16 de janeiro à rolagem do lote de US$ 11,03 bilhões, com vencimento previsto para 3 de fevereiro. As condições do leilão de rolagem serão divulgadas em 15 de dezembro, a partir das 18h30.

O Goldman Sachs manteve suas estimativas de três, seis e 12 meses para o real, mas destacou que o crescimento da economia continua baixo e que 2014 deve marcar o quarto ano de atividade fraca. O banco estima que o dólar fique em R$ 2,35 ao fim de três meses, suba a R$ 2,40 em seis e encerre o período de 12 meses em R$ 2,45. Segundo a instituição, a inflação é outro fator que pressiona a avaliação mais geral sobre o Brasil, com impactos no câmbio. "A inflação continua elevada e espalhada", aponta, lembrando que o núcleo do índice de preços está acima de 6% e que a inflação de serviços corre próxima de 9%. "As expectativas de inflação continuam desalinhadas da meta até pelo menos 2015."

O Morgan Stanley mantém uma visão "negativa" para o real e espera que o dólar prossiga na trajetória de alta, puxado pela deterioração fiscal, baixo crescimento e inflação elevada. "A intervenção mais branda do BC e sinais de que o ciclo de aperto monetário está quase no fim também minam o suporte à moeda brasileira", diz o banco, notando que o "carry trade" - que busca ganhar com o diferencial de juros externos e internos para investir no Brasil - e a posição técnica dos investidores é favorável ao real, mas insuficiente.

O Morgan prevê que o dólar terminará o primeiro trimestre em R$ 2,45, subindo a R$ 2,53 ao fim de junho e alcance R$ 2,65 ao término do terceiro trimestre, recuando pouco, a R$ 2,60, no fechamento do ano.

O BNP Paribas mantém posição "vendida" (aposta na baixa) em real na comparação com o peso mexicano. A instituição lembra que nem mesmo o anúncio ou concretização de expressivas entradas de recursos não foram suficientes para conter a fraqueza do real. Para o BNP, a deterioração nas transações correntes tem ocorrido tanto no volume do déficit quanto na composição. "A taxa de câmbio é o mecanismo que deveria promover o ajuste na conta corrente." O BNP prevê o dólar a R$ 2,55 no fim do segundo trimestre, encerrando o ano em R$ 2,60.

Na sexta-feira, o dólar caiu 1,34% encerrando a R$ 2,3650 diante de dados abaixo do esperado do mercado de trabalho nos EUA.

 Fonte: Valor econômico

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