Ibovespa e dólar atingem piores níveis desde agosto de 2013

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A primeira semana cheia de 2014 ainda não acabou, mas já registrou dois dias nervosos no mercado doméstico, especialmente na bolsa e no câmbio. Na terça, foram as declarações de um executivo da agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P), alertando para a possibilidade de o rating do Brasil ser rebaixado em algum momento deste ano.

A primeira semana cheia de 2014 ainda não acabou, mas já registrou dois dias nervosos no mercado doméstico, especialmente na bolsa e no câmbio. Na terça, foram as declarações de um executivo da agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P), alertando para a possibilidade de o rating do Brasil ser rebaixado em algum momento deste ano.

Ontem, não houve uma razão única para as vendas, mas uma combinação de fatos recentes negativos e de falta de boas notícias no horizonte. A preocupação com o rating segue na mira, assim como a questão fiscal. Bancos estrangeiros também não veem a situação brasileira com otimismo e recomendam a seus clientes manter distância dos ativos locais.

Dólar e bolsa fecharam nos piores níveis desde agosto do ano passado. O dólar comercial chegou a bater ontem a casa dos R$ 2,40, mas arrefeceu no fim do dia, encerrando em alta de 0,29%, a R$ 2,397.

O Ibovespa perdeu o suporte dos 50 mil pontos, o que detonou as chamadas ordens "stop loss", de venda de ativos para evitar perdas maiores. No pior momento do dia, o índice chegou a cair 2,6%, mas fechou o pregão em baixa de 2,48%, aos 49.321 pontos. Em apenas seis pregões de 2014, a bolsa já acumula perdas de mais de 4%.

A agência Standard & Poor's disse ontem, em artigo sobre a qualidade de crédito do Brasil, que é de pelo menos uma em três vezes a probabilidade de o aumento da dívida pública e a deterioração da estabilidade macroeconômica brasileira levarem a um rebaixamento do rating brasileiro.

Investidores também pediram um prêmio maior no leilão que o Tesouro Nacional realizou ontem, de 2 milhões de NTN-F com prazo em 2025. A taxa foi de 13,3899%, a mais elevada para um papel desse prazo. Nos contratos de juros futuros negociados na BM&F, o DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2017 bateu 12,40%, mas perdeu força no fechamento para 12,32%, estável em relação ao dia anterior. O DI de janeiro de 2015 atingiu 10,60%, mas terminou a 10,57%, levemente acima dos 10,56% de quarta-feira.

"O ano começou com cara de tempestade perfeita", afirma o estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala. "Tivemos uma sequência de más notícias, especialmente na questão fiscal. O ministro Guido Mantega [Fazenda] bem que tentou arrefecer os ânimos ao antecipar o resultado das contas do governo. O fato é que o resultado foi feito em cima de receitas não recorrentes. Na prática, o superávit primário foi algo entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões", diz.

O diretor da Mirae Asset Corretora, Pablo Spyer, acrescenta que o Brasil também foi "vítima" neste início de ano de uma série de relatórios negativos por parte de grandes instituições financeiras internacionais. "Goldman Sachs e J.P. Morgan soltaram estudos aos seus clientes com avaliações negativas sobre os mercados emergentes, especialmente o Brasil."

A consultoria Lopes Filho comentou o pessimismo generalizado que tomou conta dos analistas. "Neste ano de 2014 chama atenção o fato de que todas as projeções foram revisadas para baixo, com estimativas mais cautelosas, para não dizer mais pessimistas", afirma o analista Julio Hegedus. "Na verdade, todos estão com um pé atrás diante do fraco desempenho da economia, dos vários indicadores mais fracos, das intervenções, enfim, da má gestão econômica."

Na semana passada, o diretor-técnico da Apogeo Investimentos, Paulo Bittencourt, já alertava para o começo de ano atípico, com ações sendo vendidas ao invés de compradas, na contramão dos primeiros dias de 2013. A leitura é a mesma: "O mercado está se acomodando e descontando expectativas piores para PIB e inflação".

Na pesquisa Focus de segunda-feira, o mercado revisou para baixo a expansão da economia para este ano. A mediana das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2014 caiu de 2% na pesquisa anterior para 1,95%.

Coroa o cenário negativo a volta dos temores de que o país sofra corte em seu rating de crédito. "A Moody's criticou a flexibilidade fiscal limitada do país e viu a dívida bruta ainda maior esse ano, chegando a 6,19% do PIB. A S&P e a Fitch foram pela mesma toada, falando que podem rebaixar o Brasil antes mesmo das eleições, desde que os indicadores econômicos sigam se deteriorando", complementa a Lopes Filho.

Lá fora, a quinta-feira também foi negativa nas bolsas, após novos dados reforçarem a avaliação de que a economia americana está acelerando, o que pode levar o Fed (BC dos EUA) a retirar os estímulos e elevar os juros antes do previsto pelo mercado. O índice Dow Jones caiu 0,11%, para 16.444 pontos, o Nasdaq recuou 0,23%, aos 4.156 pontos, enquanto o S&P 500 teve alta de 0,03%, para 1.838 pontos.

Os bancos centrais europeu (BCE) e britânico (BoE) mantiveram suas políticas monetárias nas reuniões realizadas ontem. Mas o presidente do BCE, Mario Draghi, deu o tom pessimista, ao alertar que a zona do euro ainda não superou a crise e que a recuperação segue frágil. Mereceu destaque a entrevista da futura presidente do Fed, Janet Yellen. Ela afirmou que espera um crescimento mais forte da economia americana em 2014.

Fonte: Valor econômico

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