A subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em Londres, no Reino Unido, fará a primeira captação em moeda estrangeira em 2014. A operação abre espaço para o banco reduzir custos fiscais e cambiais em emissões externas. E será importante em um momento em que a instituição vai receber menos recursos do Tesouro Nacional. Depois de um 2013 difícil, o banco tem uma agenda de captações externas no radar.
A subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em Londres, no Reino Unido, fará a primeira captação em moeda estrangeira em 2014. A operação abre espaço para o banco reduzir custos fiscais e cambiais em emissões externas. E será importante em um momento em que a instituição vai receber menos recursos do Tesouro Nacional. Depois de um 2013 difícil, o banco tem uma agenda de captações externas no radar.
A captação externa do BNDES, via subsidiária londrina, a BNDES PLC, tende a ser relevante e vem em boa hora, segundo fontes de mercado. O BNDES confirmou, via assessoria, que a subsidiária começará a estudar operações-piloto para fazer as captações a partir de 2014.
Embora não haja cifras oficiais sobre a captação via Londres, há pistas. No começo de 2013, o banco entendia que o volume de US$ 1 bilhão seria uma operação "suficiente" para começar os trabalhos de empréstimos internacionais. A captação estava prevista para ocorrer no segundo semestre deste ano, mas ficou para 2014. No mercado doméstico, o banco suspendeu uma emissão de debêntures.
Segundo uma fonte, as janelas de oportunidade para captação serão curtas em 2014 e dependerão muito do que vai acontecer com a economia americana. "Haverá poucas janelas que terão de ser aproveitadas", disse a fonte. Em setembro, o BNDES anunciou ter concluído sua maior captação externa, de US$ 2,5 bilhões, em bônus corporativo no mercado internacional. A operação foi realizada em duas séries, com vencimentos em 2016 e 2023, e teve custo médio de 4,56%, o menor já pago pelo BNDES em uma emissão em dólares. A captação marcou o retorno do BNDES ao mercado americano após ausência de três anos.
A expectativa é que as novas captações, via subsidiária, reduzam ainda mais o custo. Até agora, as captações externas do BNDES vinham sendo feitas a partir da estrutura do banco no Brasil. Mas o escritório de Londres abre espaço para reduzir custos fiscais e cambiais nas operações, uma vez que o dinheiro não precisará mais passar pelo Brasil. Para o BNDES, captações mais frequentes têm o objetivo de diminuir o "spread" pago em relação ao Tesouro Nacional.
A subsidiária londrina do banco foi aberta em novembro de 2009 como escritório de representação. Tinha entre suas funções divulgar a atuação do BNDES e do Brasil no exterior. O banco também tem escritório de representação em Montevidéu, no Uruguai. E terminou de inaugurar estrutura semelhante em Joanesburgo, na África do Sul. Mas, depois de receber as autorizações legais no Brasil e no Reino Unido, o escritório de Londres se transformou em subsidiária operacional. A nova estrutura vai permitir à subsidiária fazer não só captações externas, o primeiro movimento, mas também fechar operações de financiamento envolvendo a exportação de bens e serviços brasileiros.
Os recursos de captações externas ajudam a compor o funding do BNDES, que repassa os recursos aos tomadores podendo corrigir os empréstimos por uma cesta de moedas. A captação pode ser em euro ou dólar, mas o foco recai mais sobre a moeda americana. Os recursos levantados em moeda estrangeira serão destinados a apoiar companhias brasileiras.