Conhecido do grande público há mais de 30 anos, “Urbano, o Aposentado” é o personagem mais emblemático do cartunista Antônio Silvério. Sucesso nas tirinhas de jornais desde a década de 1980, o personagem, porém, representa uma situação que passa longe da realidade atual. Se nascesse hoje, provavelmente teria um perfil bem diferente, graças a exemplos de inspiração muito diferentes. Alguns, inclusive, podem ser considerados radicais.
Conhecido do grande público há mais de 30 anos, “Urbano, o Aposentado” é o personagem mais emblemático do cartunista Antônio Silvério. Sucesso nas tirinhas de jornais desde a década de 1980, o personagem, porém, representa uma situação que passa longe da realidade atual. Se nascesse hoje, provavelmente teria um perfil bem diferente, graças a exemplos de inspiração muito diferentes. Alguns, inclusive, podem ser considerados radicais.
Um bom exemplo é Elzira Silva Zela. Aos 75 anos, a pensionista da PREVI conta os dias para uma aventura: vai percorrer, a pé, o caminho entre as cidades paranaenses de Curitiba e Paranaguá, em outubro deste ano. Motivada, ela conta que a caminhada, de cerca de 90 quilômetros, deve ser concluída em dois dias, com pausa durante a noite.
Caminhadas longas não são novidades para Elzira. Em 2010, por exemplo, ela levou cerca de dez horas para ir de Matinhos (também no litoral paranaense) a Paranaguá. E não é só isso: como presente do dia das mães, ela saltou de paraquedas, chamando a atenção da imprensa local, que foi registrar a aventura.
Elzira conta que sempre gostou de atividades físicas, mas passou a se dedicar mais a elas aos 53 anos, quando se aposentou e, por consequência, passou a ter mais tempo livre – embora sempre tenha se dedicado a atividades voluntárias. “Desde criança eu sempre gostei de brincar de subir em árvore, de pular corda. Quando trabalhava, ia caminhando de casa até meu local de trabalho. Isso me ajudou a chegar bem hoje em dia”, conta.
E quem acha que a próxima caminhada é o ponto final da rotina de aventuras de Elzira se engana. A motivação para as atividades radicais não para por aí. “Pretendo saltar de asa-delta no Rio de Janeiro. Da última vez que estive lá, não consegui. Mas vou saltar assim que for possível. E recomendo a todos que tiverem condições de saúde que busquem fazer o mesmo”, afirma.
Quem também tem boas histórias para contar após a aposentadoria é Oswaldo Buzzo. Ele sempre praticou esportes como futebol e tênis, mas, por orientação médica, teve de passar a se dedicar a atividades mais leves, como a caminhada, que se tornou um hobby. Desde 2000, ele caminha duas vezes ao dia. E, já no ano seguinte, realizou um grande feito: percorreu um dos Caminhos de Santiago, entre a França e a Espanha – mais de 800 quilômetros a pé.
Buzzo conta que a sugestão para a aventura foi de um amigo. A caminhada, que durou 28 dias, exigiu muita dedicação e treinamento. De lá para cá, ele voltou à Espanha outras cinco vezes – a última em 2013 – para percorrer outros trechos dos Caminhos de Santiago. Realizou também várias outras caminhadas, entre elas o Caminho do Sol (no estado de São Paulo) e o Caminho das Missões (no Rio Grande do Sul). Os relatos estão no site www.oswaldobuzzo.com.br.
“Em 2004, eu percorri 1.100 quilômetros, de Lourdes, na França, até Santiago de Compostela, na Espanha, em 32 dias. Em 2008, eu percorri a Via de la Plata, também na Espanha, de Sevilha até Santiago, foram 1.000 quilômetros, em 29 dias. Atualmente, como disponho de tempo, estou me preparando para, no futuro, caminhar algo em torno de 3.000 quilômetros, ininterruptos, num prazo aproximado de três meses. Mas, por ora, o roteiro é segredo e o período a ser dedicado a esse desafio, também”, relata.
E, assim como Elzira, Buzzo recomenda as atividades radicais a todos – em especial os aposentados. “Nada como uma caminhada na natureza para espairecer o ânimo e elevar o astral”, completa.