Preocupado com os efeitos da desvalorização do real sobre a inflação, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, anunciou ontem que estenderá para 2014 o programa de oferta de proteção cambial ao mercado, iniciado em 22 de agosto e que seria concluído no dia 31 deste mês. "Em 2014, o BC não sairá de cena desse mercado", disse ele, durante palestra em evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Preocupado com os efeitos da desvalorização do real sobre a inflação, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, anunciou ontem que estenderá para 2014 o programa de oferta de proteção cambial ao mercado, iniciado em 22 de agosto e que seria concluído no dia 31 deste mês. "Em 2014, o BC não sairá de cena desse mercado", disse ele, durante palestra em evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
O anúncio teve efeito imediato. Depois do discurso de Tombini, a cotação do dólar recuou 1,26%, cotado a R$ 2,35. Na quarta-feira, a moeda americana atingiu R$ 2,38, o maior nível desde 21 de agosto, quando chegou a valer R$ 2,45.
No atual programa de proteção cambial, o BC se compromete a vender US$ 3 bilhões por semana por meio de leilões de contratos de swap (que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro) e de linhas de dólar com compromisso de recompra. No total, o programa atingiria US$ 60 bilhões, totalizando US$ 100 bilhões, uma vez que, antes de agosto, havia estoque de US$ 40 bilhões.
Tombini informou que o programa será estendido "com ajustes". O mercado já esperava o anúncio da medida, que veio um dia antes da divulgação dos números do emprego nos Estados Unidos. Há a expectativa de que, em novembro, tenham sido gerados mais de 200 mil postos de trabalho, o que pode levar o banco central americano, a reduzir os estímulos monetários a partir deste mês, decisão que, se for concretizada, deve provocar nova rodada de valorização do dólar em todo o mundo.
"O principal desafio dos agentes econômicos públicos, em especial dos bancos centrais, é assegurar que esse período de transição seja o mais suave possível para suas respectivas economias", disse Tombini. "O Brasil está preparado para atravessar esse período sem maiores sobressaltos", assegurou.
Tombini também indicou que o ritmo de alta dos juros pode diminuir na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, em janeiro, mas deixou aberta a possibilidade, a depender da inflação, de estender o ciclo. "É importante nesse processo lembrar que a transmissão das ações de política monetária para a inflação ocorre com defasagens e envolve um certo grau de incerteza sobre a intensidade com que a inflação irá reagir a essas medidas", ponderou.