O Palácio do Planalto tem sua parcela de culpa pela retração da economia no terceiro trimestre, de 0,5%, por ter adotado posições que contribuíram para a queda dos investimentos no período.
O Palácio do Planalto tem sua parcela de culpa pela retração da economia no terceiro trimestre, de 0,5%, por ter adotado posições que contribuíram para a queda dos investimentos no período.
A avaliação é de assessores presidenciais, para quem a demora do governo em combater a inflação no início do ano e sua insistência em fixar taxas baixas de retorno para os leilões de infraestrutura afetaram a confiança do empresariado, que tirou o pé do acelerador dos investimentos no segundo semestre.
Como resultado, os investimentos tiveram o pior resultado desde os primeiros três meses de 2012: queda de 2,2% no terceiro trimestre.
Um assessor disse à Folha que o governo perdeu muito tempo insistindo que suas politicas nas duas áreas estavam na direção correta, o que ajudou a interromper o ritmo de crescimento da economia brasileira neste ano.
Segundo ele, agora, depois de o Palácio do Planalto ter feito as correções de rumo, os investimentos devem voltar a crescer, principalmente no próximo ano, dando mais fôlego para o crescimento da economia do país.
Segundo os interlocutores, o país, depois do péssimo resultado do terceiro trimestre, deve crescer entre 2,1% -se o PIB do quarto trimestre ficar estável, no pior cenário- e 2,3% neste ano.
Ou seja, a expectativa do governo é que o recuo dos investimentos tenha se limitado ao terceiro trimestre, retomando seu crescimento no final do ano e mantendo-se em alta em 2014, ano
da campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Para a equipe presidencial, o dado negativo do PIB do terceiro trimestre foi ruim não só por ter sido maior do que o previsto mas também porque veio num momento em que o governo capitalizava o sucesso dos leilões de concessões de aeroportos e de rodovias, depois dos tropeços e fracassos iniciais.
O governo já trabalhava com uma retração da atividade econômica no trimestre, mas acreditava que ela seria de no máximo 0,3%.
O risco no ambiente econômico do próximo ano, segundo assessores presidenciais, está no dólar. A moeda americana está em alta nas últimas semanas e pode subir ainda mais, a depender do ritmo do fim dos estímulos à economia americana, esperado para o ano que vem.
Com menos dólares em circulação, a tendência é de alta na cotação. Além disso, a recuperação dos EUA pode levar para lá investimentos que estavam no Brasil, reduzindo mais a quantidade de moeda e a encarecendo.
A situação ficará mais clara, segundo técnicos, com a divulgação, hoje, do resultado da indústria em outubro, o que vai sinalizar se a economia retomou ou não um bom ritmo de crescimento no final do ano.