A arte é para todos e não há impedimentos para ela. Acreditando nisso, um grupo de jovens com deficiência auditiva e da fala teve a oportunidade de apreciar uma das mais importantes exposições já trazidas a Brasília, a Mestres do Renascimento, aberta ao público no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), desde o último dia 12 de outubro. Mais de 40 mil pessoas, uma média de 800 por dia, já passaram pelo local. E na última semana foi a vez dos alunos da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos (Apada), conferirem as obras de grandes artistas do Renascimento.
A arte é para todos e não há impedimentos para ela. Acreditando nisso, um grupo de jovens com deficiência auditiva e da fala teve a oportunidade de apreciar uma das mais importantes exposições já trazidas a Brasília, a Mestres do Renascimento, aberta ao público no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), desde o último dia 12 de outubro. Mais de 40 mil pessoas, uma média de 800 por dia, já passaram pelo local. E na última semana foi a vez dos alunos da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos (Apada), conferirem as obras de grandes artistas do Renascimento.
Além dos sete alunos deficientes auditivos, três professores, dois psicólogos e um intérprete acompanharam o grupo. Boa parte dos alunos que visitaram a exposição não são mudos, apenas surdos. E para eles a experiência foi única. A estudante Pammellye Katherinne disse que adorou a exposição “É legal ver que técnicas antigas continuam sendo utilizadas nas pinturas até hoje. Há muitas referências católicas também. Achei muito interessante”, disse ela, mostrando conhecimento sobre o tema.
Já Leonidas Mendonça (foto abaixo), outro aluno surdo, achou a arte renascentista muito bonita, mas diferente da contemporânea. “Há muitas referências religiosas. As pinturas e esculturas são lindas, mas achei muito diferentes do que vemos hoje em dia”, comparou ele, que acompanhou com atenção todo o passeio e as explicações e informações apresentadas por um guia e traduzida pela Língua Brasileira de Sinais (Libras) por um especialista.
Compreeensão
Como explica o professor de português Edvaldo Júnior, a maioria dos alunos da Apada não desenvolveu a capacidade de fazer leitura labial e se comunica, principalmente, pela Libras. “A compreensão da leitura labial depende de um acompanhamento com um fonoaudiólogo e leva algum tempo. Em função disso, muitos de nossos alunos compreendem apenas a Libras”.
Acesso é fundamental para deficientes
O intérprete de Libras Eric Nunes acompanhou todo o passeio para traduzir o que os mediadores, responsáveis por apresentar a exposição aos visitantes, explicavam. A Apada possui um convênio com a Secretaria de Educação e os professores, como o intérprete, são contratados por intermédio do órgão.
A educadora Regina Célia atende alunos mais velhos, que não tiveram contato com Libras desde a infância. “Agora é que meus alunos estão sendo alfabetizados na Libras. Para eles, passeios como este, inclusivos e gratuitos, são excelentes, pois acrescentam uma bagagem cultural enorme”, completa.
Desenvolvimento
Marcos de Brito, coordenador da Apada, explica que o acesso a atividades culturais como essa são fundamentais para o desenvolvimento dos alunos. “O CCBB é muito preocupado com essas questões. Como os surdos, muitas vezes, têm um acesso limitado à informação, esse tipo de ação inclusiva é muito importante e eles replicam isso para outros grupos.”
O coordenador enfatiza ainda a necessidade de mais ações culturais inclusivas no País. “Seria interessante que outras instituições tivessem a mesma iniciativa. Precisamos de mais eventos gratuitos e inclusivos”, reivindicou.
Apoio aos deficientes
Qualquer pessoa a partir dos quatro anos de idade pode participar da Apada. Além de aulas de português, Libras e filosofia, a associação oferece também palestras sobre acessibilidade, acompanhamento psicológico, cursos preparatórios e encaminhamento para o mercado de trabalho. O apoio é para os estudantes e familiares. A associação precisa urgentemente de um tripé e de um sistema de iluminação para trabalhos internos. Quem quiser doar ou participar dos projetos como aluno ou voluntário pode entrar em contato pelo telefone (61) 3346-8025 ou peloe-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..
Fonte: Clica Brasília