Estímulo a crédito exige cuidado, diz FMI

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Medidas para estimular o crédito precisam ser tomadas com cuidado, levando em conta as características de cada país, em muito casos combinando políticas voltadas para a oferta e a demanda de empréstimos e financiamentos, diz relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado ontem.

Medidas para estimular o crédito precisam ser tomadas com cuidado, levando em conta as características de cada país, em muito casos combinando políticas voltadas para a oferta e a demanda de empréstimos e financiamentos, diz relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado ontem.

"As autoridades precisam também reconhecer os limites das políticas de crédito e não tentar criar muitas [políticas]. Como muitas delas levam tempo para ter impacto, a avaliação de sua eficácia e a necessidade de medidas adicionais não deve ser acelerada", afirma o estudo, que analisa as causas do baixo crescimento do crédito depois da crise global que começou em 2007 e se agravou em 2008, considerada um dos principais fatores da lenta recuperação da economia.

O FMI destaca que medidas voltadas para estimular a oferta e a demanda de crédito tendem a ser complementares, observando, contudo, que "a magnitude relativa e a sequência são importantes". "Por exemplo, aliviar o excessivo endividamento de empresas vai ajudar apenas se o setor bancário estiver adequadamente capitalizado", diz o relatório, que não analisa em detalhes a situação do Brasil. O foco principal são os países desenvolvidos.

"Muitas economias avançadas tiveram crescimento fraco do crédito bancário, incluindo o Reino Unido e os Estados Unidos, assim como muitos países da zona do euro, como Áustria, Bélgica, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha", ressalta o FMI, observando que na Irlanda e nos Estados Unidos o crédito cresceu pouco para famílias, mas não para empresas não financeiras. Países como Bulgária, Croácia, Eslovênia e as nações do Báltico também têm visto empréstimos e financiamentos bancários avançarem a taxas modestas.

No caso dos EUA, o FMI diz que as restrições a empréstimos para empresas observadas nos primeiros estágios da crise parecem ter se dissipado. Houve um forte aperto das condições de crédito para companhias em 2008 e 2009, mas fatores de oferta e demanda melhoraram desde então, fazendo o crédito a empresas não financeiras voltar para o terreno positivo. A melhora do mercado imobiliário facilitou o acesso para pequenas e médias empresas, uma vez que muitas delas costumam usar imóveis como garantia. As compras de papéis lastreados em hipotecas pelo Federal Reserve (Fed, o BC americano) ajudaram a aliviar restrições do lado da oferta, segundo o Fundo, assim como a securitização de hipotecas promovida pelas agências de financiamento imobiliário do governo, como a Fannie Mae e a Freddie Mac.

O desempenho do crédito para famílias, no entanto, ainda deixa a desejar, o que pode exigir novas medidas, avalia a instituição, num dos capítulos do Relatório Global de Estabilidade Financeira, cuja íntegra será divulgada na semana que vem, na reunião de outono (no Hemisfério Norte) do FMI e do Banco Mundial, em Washington.

O documento diz que quando políticas de crédito funcionam bem para apoiar o crescimento de empréstimos e financiamento e a recuperação da economia, a estabilidade financeira melhora, mas adverte que as autoridades precisam ter em mente os riscos potenciais de longo prazo para essa estabilidade. É necessário atenção quanto ao eventual aumento do risco de crédito, incluindo um afrouxamento dos critérios de subscrição ("underwriting") e de não se contabilizar como perdidos empréstimos existentes.

A interrupção parcial das atividades do governo americano pode levar a um declínio na demanda e na oferta de crédito, por ser um evento que aumenta a incerteza na economia, disse Laura Kodres, diretora-assistente do Departamento Monetário e de Mercado de Capitais do Fundo. Segundo ela, famílias e empresas podem ficar mais inseguras em relação a tomar empréstimos e financiamentos, dado o quadro de incerteza provocado pela suspensão parcial dos serviços públicos nos EUA, devido à falta de acordo entre republicanos e democratas para aprovar medidas que garantissem o funcionamento do governo.

"Mas é muito imprevisível o que vai acontecer daqui para frente, e não vou especular em relação a isso", afirmou ela.

Fonte: Valor Econômico

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