O adiamento do corte no estímulo monetário nos Estados Unidos beneficiou o mercado de ações em setembro, que liderou os ganhos dos investimentos no período.
O adiamento do corte no estímulo monetário nos Estados Unidos beneficiou o mercado de ações em setembro, que liderou os ganhos dos investimentos no período.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, teve alta de 4,65%. Foi o terceiro mês consecutivo no azul.
"O programa dos EUA alimenta parte dos investimentos externos que vêm ao Brasil. O mercado já tinha penalizado a Bolsa brasileira prevendo esse corte, mas, como não houve, surgiu uma brecha para o avanço", explica Luiz Gustavo Pereira, estrategista da Futura Corretora.
No mercado de renda fixa, os fundos DI, que aplicam em títulos públicos pós-fixados, e os de renda fixa, que têm na composição papéis prefixados, ganharam da caderneta de poupança.
A poupança com depósitos a partir de 4 de maio de 2012 rendeu 0,43% (aniversário no primeiro dia de setembro) e a caderneta para aplicações anteriores a essa data, 0,51%. Não há IR na poupança.
Todas as aplicações com resultado positivo em setembro devem ganhar da inflação do período, projetada por economistas em 0,35% pelo IPCA, índice oficialmente usado pelo governo.
LANTERNA
Na última colocação do ranking ficou o ouro, cujo valor é influenciado por uma combinação dos preços do dólar no Brasil e no exterior. O metal teve rendimento negativo de 12,88% no mês no mercado futuro da Bolsa brasileira, depois de ter liderado a lista de investimentos em agosto, com ganho de 11,24%.
Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve perda de 6,46% em setembro.
"O que acontece é que essa aplicação é vista como mais segura, portanto, tem rendimento melhor quando o cenário é ruim para a Bolsa. Já quando a Bolsa vai bem, o ouro tende a ir mal", diz Fabio Colombo, administrador de investimentos.
Para investir em ouro, é possível comprar contratos negociados na BM&FBovespa, que são padronizados em 250 gramas. Com o grama custando hoje R$ 97, quem quiser comprar uma barra terá de desembolsar R$ 24.250.
Influenciados pela queda do dólar, os fundos cambiais também estiveram entre os investimentos com pior rendimento em setembro, com desvalorização média de 6,23% no mês (ou 5,14% descontado o IR no resgate em 12 meses).
Essa é a principal alternativa para o pequeno investidor que quer basear suas aplicações na taxa de câmbio.
A indicação, porém, é para os que precisam de uma proteção de médio para longo prazo contra a oscilação de preço de uma moeda estrangeira -como pessoas que sustentam filhos no exterior, pretendem se mudar ou comprar um imóvel em outro país.
Para a consultora financeira Marcia Dessen, o pequeno investidor que não tem uma despesa em dólar prevista não deve encarar a moeda ou o fundo cambial como aplicação financeira, pois, no longo prazo, a taxa de juros brasileira remunera melhor.