Muda o perfil de crédito a empresas

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Nos últimos cinco anos, na fotografia das dívidas das empresas brasileiras, fontes de financiamento que estavam em segundo plano vêm ganhando relevância. Desde 2007, o endividamento das companhias cresce puxado não pelas linhas mais tradicionais de crédito a empresas, como o capital de giro ou a conta garantida, mas por uma combinação de empréstimos subsidiados, como os do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com recursos captados no mercado de capitais e no exterior.

Nos últimos cinco anos, na fotografia das dívidas das empresas brasileiras, fontes de financiamento que estavam em segundo plano vêm ganhando relevância. Desde 2007, o endividamento das companhias cresce puxado não pelas linhas mais tradicionais de crédito a empresas, como o capital de giro ou a conta garantida, mas por uma combinação de empréstimos subsidiados, como os do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com recursos captados no mercado de capitais e no exterior.

Em dezembro de 2007, a razão entre as dívidas totais das empresas não financeiras e os seus ganhos acumulados em 12 meses era de 128,2%, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central. O crédito com recursos de livre aplicação - onde estão as linhas de capital de giro, de financiamento à exportação e de conta garantida - representava 52,6%. Os empréstimos direcionados, que além do BNDES incluem também crédito rural e imobiliário, eram 33,4%. O mercado de dívida local representava 9,8% e os empréstimos e bônus externos eram 32,3%.

Em junho de 2013, o endividamento das empresas atingiu 208,8% de sua renda anualizada. Agora, porém os recursos livres correspondem a 71,8% do total e os direcionados a 63,2%. O mercado de capitais, incluindo debêntures e notas promissórias, hoje é 21,6% e as captações externas, 52,2%.

"Apesar de ainda se constituir na principal fonte de financiamento para as empresas, o sistema bancário vem perdendo relevância à medida que se expandem os mercados externo e de capitais", escreveu o BC no Relatório de Estabilidade Financeira.

"Até 2008 e 2009 havia uma correlação alta entre o crédito com recursos livres para pessoa jurídica e a produção industrial. Hoje há uma divergência entre as duas curvas", diz Mariana Oliveira, economista da Tendências Consultoria. Ela vê nessa mudança um indício de que as empresas têm buscado recursos fora das linhas tradicionais para sustentar sua expansão. No acumulado de 12 meses encerrado em julho, as concessões de crédito tiveram queda de 2,4% em termos reais. No mesmo período, a produção industrial avançou 0,6%.

As debêntures, por exemplo, passaram a ser usadas pelos bancos como forma alternativa de concessão de crédito. Não é incomum uma instituição financeira coordenar uma oferta e ficar com a totalidade dos papéis emitidos pelas companhias, mantendo-os em balanço até o vencimento. A operação traz vantagens tributárias.

"O que provocou o avanço das linhas direcionadas foram os menores juros e os prazos mais longos não encontrados em outros tipos de empréstimos bancários", afirma Nicola Tingas, economista da Acrefi, associação das financeiras.

É por isso que o peso da parcela mensal das dívidas corporativas ficou mais leve. Em dezembro de 2007, a parcela da "renda" das empresas comprometida com pagamento de dívida era de 87,5%. Em junho de 2013, caiu para 82,75%, embora as empresas estejam comparativamente mais endividadas hoje. "Foi um processo de aumento das fontes de financiamento das empresas sem onerar caixa", afirma Mariana, da Tendências.

Para a economista, porém, há fatores que podem aumentar o uso do crédito livre. Um deles é a expectativa de gradual enxugamento da liquidez internacional, que no pós-crise financeira de 2008 ajudou a dar gás às captações externas e locais. A preocupação com a recuperação da credibilidade fiscal pode diminuir a oferta de recursos pelos bancos públicos.

 Fonte: Valor Econômico

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