Uma pesquisa do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE - UFRJ) apontou que utilizar a bicicleta pode ser mais vantajoso para o bolso. Conduzido pelo engenheiro Marcelo Daniel Coelho, o estudo mostrou que este meio de transporte pode ser até seis vezes mais barato que andar de carro, e até três vezes mais barato que utilizar o ônibus.
Uma pesquisa do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE - UFRJ) apontou que utilizar a bicicleta pode ser mais vantajoso para o bolso. Conduzido pelo engenheiro Marcelo Daniel Coelho, o estudo mostrou que este meio de transporte pode ser até seis vezes mais barato que andar de carro, e até três vezes mais barato que utilizar o ônibus.
O estudo analisou dois usuários diários da bicicleta como meio de transporte entre casa-trabalho-casa, um residente no Rio de Janeiro (RJ) e o outro de Porto Alegre (RS). O resultado foi o seguinte: o valor médio do custo, por quilômetro, no deslocamento diário de bicicleta foi estimado em R$ 0,121/km, enquanto um automóvel movido à gasolina gasta R$ 0,763/km, o deslocamento de ônibus custa R$ 0,324/km e de moto fica em R$ 0,481/km.
"Quase sempre fazemos um cálculo econômico para decidir sobre que meio de transporte usar nas nossas viagens. Mas a lógica que usamos nem sempre é fácil de ser entendida por outra pessoa. Seria simples se esse cálculo só incluísse o desembolso feito em cada viagem. Mas nós levamos outros itens em consideração: o tempo gasto, por exemplo, ou o conforto, o grau de privacidade. Enfim, há uma série de fatores que podem estar presentes, com intensidade variável de pessoa para pessoa ou, ainda que para a mesma pessoa, mas em circunstâncias diferentes", explica Paulo Cesar Marques da Silva, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília (UnB).
Custo dos equipamentos
Além de todas essas vantagens, o estudo demonstrou, também, que o custo de aquisição de uma bicicleta e de seus acessórios obrigatórios não ultrapassou R$ 650, tornando-a uma alternativa mais econômica e acessível.
"O gasto seria basicamente com a manutenção da bicicleta. Se pensarmos em uma revisão geral (entre R$ 60,00 e R$ 120,00) a cada 100 km, eventualmente uma substituição de pneus e algumas peças, teríamos, para uma pessoa que mora a 6 km do trabalho, por exemplo, um gasto de aproximadamente R$ 80 a cada quatro meses, calculando para cima. Bicicleta que roda em asfalto necessita de pouca manutenção. Tudo depende também do modelo da bicicleta. Quanto maior a qualidade, maior é durabilidade dos componentes e menor o gasto com manutenção", calcula André Schetino, autor do blog "Até onde deu pra ir de bicicleta" e do livro "Pedalando na Modernidade: a bicicleta e o ciclismo na transição do século XIX para o XX".
Silva pontua que no caso do transporte privado individual (carros, motos), existe um custo que o transporte público obviamente não tem: o custo da aquisição do veículo. "Esse custo (compra) e outros custos fixos associados à propriedade e manutenção do veículo (seguro, IPVA e licenciamento anual) são altos. Por outro lado, os custos variáveis (principalmente o combustível) são relativamente baixos. Assim, uma vez adquirido o veículo, não se justifica deixar de usá-lo. Por outro lado, para seus usuários, os serviços de transporte público só têm custos variáveis. Nesse caso, o que um usuário de serviços de transporte paga está mais relacionado ao número de viagens e às distâncias entre origens e destinos dos deslocamentos diários do que um usuário de automóvel", afirma.
Veículos e sustentabilidade
Outro ponto positivo do veículo é que ele não contribui para a poluição atmosférica e agravamento do efeito estufa. Silva acredita que o recomendável seria considerar nas escolhas também os custos sociais de cada opção. "O uso do automóvel, por exemplo, embora signifique diversos benefícios pessoais (privacidade, flexibilidade de horários e trajetos etc.), produz impactos negativos (como as altas taxas de emissão de poluentes por passageiro transportado, ou o uso privado do espaço público) que não são bancados pelos usuários desses veículos, mas por toda a coletividade", comenta.
Facilidade de deslocamento
De acordo com a pesquisa, a bicicleta também saiu na frente quando o assunto é velocidade: ficou comprovado que a viagem realizada de bicicleta era sempre mais rápida do que a por ônibus ou por carros, devido aos congestionamentos e retenções nas vias.
Schetino confirma essa informação. "A bicicleta é um meio de transporte muito rápido e prático. Pode ser deixada em qualquer lugar (mas a preferência é sempre para os bicicletários), sem a preocupação e o gasto de se encontrar estacionamento. Na grande maioria das vezes, a bicicleta chega mais rápido do que o carro e o ônibus nos deslocamentos nas cidades", conclui.
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