Pesquisa revela que a população masculina não procura ajuda especializada em saúde com a mesma frequência que as mulheres. Para o urologista do Hospital Albert Einstein, Roberto André Soler Mesquita, é essencial fazer um check-up mesmo quando não tenha sintoma.
Pesquisa revela que a população masculina não procura ajuda especializada em saúde com a mesma frequência que as mulheres. Para o urologista do Hospital Albert Einstein, Roberto André Soler Mesquita, é essencial fazer um check-up mesmo quando não tenha sintoma.
Prevenção é a palavra-chave quando se fala de saúde. E, para tal, visitar com regularidade um médico faz a diferença. Entretanto, os homens buscam menos a ajuda especializada do que as mulheres. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) revelou que 44% dos homens nunca foram a um urologista. Além disso, um levantamento do Centro de Referência em Saúde do Homem, de São Paulo, mostra que 70% das pessoas do sexo masculino que procuram um consultório médico tiveram influência da família.
Médicos acreditam que esse cenário tem mudado nos últimos anos, mas insistem que campanhas sobre a importância da prevenção são necessárias. “Ainda nos dias de hoje, o homem só vai ao médico quando se encontra diante de um problema e que, em muitas vezes, já se tornou grave”, explica Pedro Cortado, diretor da SBU e médico urologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (SP).
O urologista do Hospital Albert Einstein, Roberto Andre Soler Mesquita, explica que ainda há um preconceito com a ida ao urologista. “Os homens adiam por não quererem fazer o exame do toque retal, mas ele é imprescindível para fazer o rastreamento do câncer de próstata”, afirma. Descobrir essa doença no começo aumenta as chances de cura, pois após certo estágio o tratamento será efetivo, mas apenas paliativo.
Mudanças
Para Cortado, um fator que poderia mudar essa realidade seria a criação de uma política pública de esclarecimento para a população preventiva, indicando a necessidade de procurar preventivamente um médico cardiologista, clínico geral e, após os 40 anos, urologista.
Outra questão é a necessidade do homem enxergar o urologista como as mulheres enxergam os ginecologistas. “É essencial fazer um check-up mesmo quando não tenha sintoma nenhum. A partir dos 40, o homem deve ir ao médico com frequência, pois o câncer de próstata é assintomático nessa fase”, diz Mesquita.
Exames
O toque retal não é o único exame necessário para homens, afirma o diretor da SBU. Desde cedo, é preciso acompanhar taxas como colesterol e frações, triglicérides, ácido úrico e glicemia. O exame de sangue PSA, que complementa o diagnóstico de câncer de próstata, também deve ser feito e não exclui a necessidade do toque.
Ficar atento aos sintomas
Os problemas cardiológicos e gástricos são preocupações de ambos os sexos, mas devem ter atenção especial da população masculina. No caso das doenças do coração, nem sempre elas têm sintomas aparentes, portanto o check-up cardiológico é obrigatório.
O homem pode ficar atento aos sintomas urinários, como jato mais fraco, dificuldade e força para urinar e acordar durante a noite para ir ao banheiro. Esses alertas podem significar problemas na próstata ou bexiga, explica o urologista do Albert Einstein.
Mesquita destaca que os problemas da vida sexual também indicam uma preocupação. A queda de libido ou a disfunção erétil podem estar ligadas a diversos problemas como a queda hormonal de testosterona, o estresse, a ansiedade, o sedentarismo, a falta de sono ou até mesmo doenças não diagnosticadas, como hipertensão, diabete, obesidade e colesterol alto.