Segundo estimativas oficiais, mais de 2,3 milhões de brasileiros têm hepatite – doença que atinge o fígado, que fica inflamado, e é causada por uma série de fatores distintos. Um dos tipos mais comuns da doença é a hepatite B, causada por vírus que pode ser transmitido por contato sexual ou por materiais cortantes contaminados – como um simples alicates de unha. Os tipos da doença (que são conhecidos pelas letras de A a G) variam de acordo com os micro-organismos que a causam.
Segundo estimativas oficiais, mais de 2,3 milhões de brasileiros têm hepatite – doença que atinge o fígado, que fica inflamado, e é causada por uma série de fatores distintos. Um dos tipos mais comuns da doença é a hepatite B, causada por vírus que pode ser transmitido por contato sexual ou por materiais cortantes contaminados – como um simples alicates de unha. Os tipos da doença (que são conhecidos pelas letras de A a G) variam de acordo com os micro-organismos que a causam.
Para diminuir a incidência da doença, o Ministério da Saúde anunciou recentemente a ampliação do acesso à vacina contra a hepatite B. Agora, pessoas com até 49 anos podem recebê-la gratuitamente em qualquer posto do Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina é a forma de prevenção mais segura e eficaz contra os tipos B e D da doença.
Três doses
A proteção é garantida quando a pessoa toma três doses da vacina. Trinta dias após a aplicação da primeira, é feita a injeção da segunda dose. E, cinco meses mais tarde, a terceira. Atualmente, todas as crianças recém-nascidas são vacinadas no país. “Estamos expandindo a faixa etária a outros grupos visando à eliminação da doença no futuro. A vacina é segura, feita com engenharia genética e não tem contraindicação”, garante o secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
Como a doença pode ser transmitida pelo sangue, especialistas destacam a importância de evitar o compartilhamento de materiais cortantes sem a devida higienização. Com isso, instrumentos de consultórios odontológicos, estúdios de tatuagem e piercing ou salões de beleza devem ser esterilizados, e objetos como lâminas de barbear e alicates de unha não devem ser compartilhados. “Estamos investindo na ampliação da prevenção e no acesso ao diagnóstico para que possamos enfrentar e conter essa doença silenciosa”, destacou Barbosa.
Outros tipos de contaminação
O médico Silas Antônio Rosa, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) no estado de Rondônia, explica que a hepatite pode surgir a partir de reação a substâncias químicas (como o álcool ou até mesmo remédios), ou por falhas no sistema imunológico que podem causar uma agressão ao próprio organismo (na chamada hepatite autoimune). Entretanto, os tipos mais comuns são os causados por vírus e bactérias.
No caso da hepatite B, cujo acesso à vacina foi ampliado no Brasil, existe também a transferência do vírus de mãe para filho, na chamada transmissão vertical. “Ela pode ocorrer antes, durante ou após o parto. Na transmissão intrauterina o vírus atravessa a placenta e chega à circulação fetal. Durante o parto, o bebê fica exposto à contaminação do sangue e das secreções maternas e representa o momento de maior possibilidade de infecção para o bebê”, explica Silas.
O médico destaca, ainda, que a presença do vírus no fígado não significa que a doença vá se manifestar. Para que a hepatite B seja diagnosticada, é preciso haver um dano no fígado (como aumento ou inapetência do órgão).
“Quando as crianças ainda pequenas adquirem o vírus, raramente têm doença aguda. Geralmente, a infecção do início da vida não causa a doença. No entanto, mais de 90% dessas crianças se tornam portadoras crônicas do vírus”, explica Silas. “Já quando o vírus é adquirido pelo adulto, geralmente ocorre o contrário: depois de 45 a 180 dias a pessoa sente os clássicos sinais de hepatite e, depois de algum tempo, o sistema imunológico reage e elimina o vírus na grande maioria dos casos”, complementa.