Um estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que trabalha em busca da universalização do acesso à coleta e ao tratamento de esgoto no Brasil chegou à conclusão que, em 2010, as perdas econômicas causadas por vazamentos, roubos e ligações clandestinas de água, além de falta de medição ou medições incorretas, representaram 35,7% do faturamento das empresas distribuidoras de água e coletoras de esgoto no país.
Um estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que trabalha em busca da universalização do acesso à coleta e ao tratamento de esgoto no Brasil chegou à conclusão que, em 2010, as perdas econômicas causadas por vazamentos, roubos e ligações clandestinas de água, além de falta de medição ou medições incorretas, representaram 35,7% do faturamento das empresas distribuidoras de água e coletoras de esgoto no país.
O prejuízo é grande: se essas perdas fossem reduzidas em 10%, haveria uma economia de R$ 1,3 bilhão por ano. Esse valor é praticamente metade de todos os investimentos em sistemas de abastecimento e distribuição de água do país em 2010.
O estudo revelou que a região norte desperdiçou mais de metade (51,55%) de sua água no período de realização do levantamento. O nordeste veio em segundo lugar nessa estatística, com 44,93%, seguido por sudeste (35,19%), centro-oeste (32,59%) e sul (32,29%).
Para o presidente do instituto, Édison Carlos, níveis de perdas tão altas fazem com que em muitos casos a arrecadação com o fornecimento de água não seja suficiente sequer para pagar os custos desses serviços. Segundo ele, essa situação inibe os investimentos necessários para que muitas pessoas tenham condição de vida digna.
Ainda de acordo com Carlos, as perdas de água agravam a questão ambiental no Brasil, país onde muitas cidades vivem com problema de escassez de recursos hídricos. O desperdício faz com que mais água tenha de ser retirada da natureza para cobrir a falta. Por isso, a necessidade de identificar os problemas e conter as perdas é ainda mais urgente.
Responsabilidade de todos
A preocupação com as questões socioambientais deve ser compartilhada por toda a sociedade. No caso da economia de água são necessários esforços individuais e coletivos. Um simples vazamento ou uma torneira mal fechada, por exemplo, podem trazer grandes perdas. Segundo a Empresa de Saneamento do Mato Grosso do Sul (Sanesul), apenas com gotejamento, uma torneira desperdiça 46 litros de água por dia. Se estiver aberta ou com vazamento contínuo, pode desperdiçar mais de 30 mil litros.
Algumas dicas são fundamentais para garantir um consumo racional da água. A Sanesul, por exemplo, recomenda evitar banhos demorados – com cinco minutos é possível fazer a higiene de forma satisfatória. Além disso, é preciso fechar as torneiras enquanto se escova os dentes ou faz a barba.
Outra dica importante é evitar o descarte de materiais como papel ou pontas de cigarro no vaso sanitário, pois isso faz com que seja gasta mais água e ainda pode causar entupimento do sistema. O uso da mangueira deve ser evitado, por exemplo, para limpar a calçada: um balde com água e uma vassoura geralmente são suficientes. E, na hora da limpeza do carro, a recomendação é usar balde e pano.
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