Imagine seis anos de sua vida virtual: e-mails, telefonemas, mensagens, pesquisas, conversas de vídeo, anexos e segredos, tudo nas mãos de outras pessoas. Depois do ex-analista americano da Central de Inteligência Americana (CIA) Edward Snowden ter revelado o Prism, programa de vigilância eletrônica dos EUA, em execução desde 2007, os brasileiros se surpreenderam ao saber que o país tem o maior volume de informações coletadas pelos norte-americanos. Entre os usuários ouvidos pelo Informática, paira o receio: como se proteger da bisbilhotice da mais poderosa nação do mundo?
O analista de negócios Herivelto Oliveira Santos, 45 anos, está preocupado. Ele confessa que não confia em compras on-line e evita se expor na rede. No Facebook, é pouco ativo. “Li que eles conseguiram rastrear o e-mail e os telefonemas, mas não sei qual o teor dos dados coletados. Afinal, que tipo de informação interessa a eles?”, questiona.
O supervisor comercial Henrico dos Anjos, 27, também não gostou de saber que está sendo monitorado na rede. “Não é nada agradável, principalmente por ser gente de fora. É um total desrespeito”, diz. Já Lucas da Silva, 22, analista de sistema, acredita que há outro lado da espionagem a ser discutido: “Se for para evitar ataques terroristas, é válido”. Para ele, é um absurdo gravar conversas e mensagens, mas, “se não quer que ninguém saiba, é simples: não poste.”
Fonte: Correio Braziliense