O Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que as pressões por saída de capitais das economias emergentes poderão continuar, na medida em que a política de estímulo monetário for gradualmente removida e as taxas de juros voltarem a subir nos EUA. Em documento apresentado aos ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G-20, na semana passada em Moscou, o Fundo estima que recentes turbulências nos mercados financeiros podem "continuar e se aprofundar".
O Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que as pressões por saída de capitais das economias emergentes poderão continuar, na medida em que a política de estímulo monetário for gradualmente removida e as taxas de juros voltarem a subir nos EUA. Em documento apresentado aos ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G-20, na semana passada em Moscou, o Fundo estima que recentes turbulências nos mercados financeiros podem "continuar e se aprofundar".
"As economias emergentes agora precisam navegar com cuidado por águas mais turbulentas", diz o Fundo. Para a entidade, a eventual saída da política de juros baixos e política monetária não convencional nas economias avançadas pode representar um risco para os emergentes, especialmente se isso for feito de forma muito rápida ou se não for bem comunicado.
A entidade nota que "saída de capitais pode complicar as ações" de autoridades dos emergentes. E constata que os países com pobres fundamentos e que receberam antes fortes fluxos de capitais foram os mais atingidos pela volatilidade que atingiu os mercados recentemente. Para o FMI, aumentaram os riscos de a desaceleração nas economias emergentes se prolongar.
O Fundo ainda considera que o crescimento econômico global pode ser menor do que projetado devido à estagnação na zona do euro, além de uma desaceleração mais duradoura dos emergentes.
Em sua avaliação, os riscos à estabilidade financeira são uma "preocupação crescente" tanto nas economias desenvolvidas como nas emergentes. Para a entidade, as autoridades devem estar prontas para enfrentar possíveis riscos à estabilidade financeira onde o crescimento do crédito foi prolongado, para isso precisando reforçar políticas macroprudenciais.
Especificamente sobre o Brasil, o FMI disse que o país enfrenta um desafio considerável com a inflação, com a taxa superando o limite superior da meta do BC, o que requer mais aperto monetário, ou seja, juro mais alto. Para o FMI, o crescimento no Brasil "continua a decepcionar, embora os investimentos tenham finalmente aumentado". Recentemente, a entidade global baixou a projeção de expansão da economia brasileira de 3% para 2,5% em 2013.
O Fundo estima que aumentaram os "riscos de uma desaceleração mais longa nos emergentes".