A educação financeira para crianças é um desafio que pode ser superado brincando. Ao invés de apresentar informações de forma pouco atrativa, é possível dar asas à imaginação e à criatividade por meio de jogos, brincadeiras e atividades pouco convencionais. É essa a premissa de vários educadores por todo o mundo.
A educação financeira para crianças é um desafio que pode ser superado brincando. Ao invés de apresentar informações de forma pouco atrativa, é possível dar asas à imaginação e à criatividade por meio de jogos, brincadeiras e atividades pouco convencionais. É essa a premissa de vários educadores por todo o mundo.
O professor Wagner Moreira, de São Caetano do Sul (SP), é um bom exemplo. Ele atua em duas frentes: leciona Química em uma escola tradicional e coordena, ao lado de uma sócia, a Educafin, instituição voltada para a educação financeira. Como parte da formação oferecida nos cursos, ele criou o Matrix Financeira, um jogo de tabuleiro que ajuda a assimilar conceitos apresentados em sala de aula.
Resultados na prática
Segundo Wagner, o aprendizado dos alunos vem sendo muito mais eficiente desde que o jogo começou a ser oferecido como formação complementar. "Depois do jogo, os alunos começaram a pegar mais gosto por aquilo que é ensinado. Ajudou a desenvolver até o interesse pela leitura. Eles me procuram, indicam artigos, livros, debatemos sobre o que lemos. Os resultados são fantásticos", afirma.
Embora lembre o Banco Imobiliário, o Matrix Financeira "é o contrário" dele, segundo Wagner. No jogo clássico, também conhecido como Monopoly, ganha quem consegue falir os adversários. Já na atividade desenvolvida pelo professor, o objetivo é garantir uma renda passiva – ou seja, decorrente de investimentos – que supere os gastos.
Recomendação para todas as áreas
Bacharel em química, com mestrado em físico-química e em processo de doutoramento na área, Wagner criou a Educafin após uma viagem aos Estados Unidos, onde conheceu noções de educação financeira. Para ele, se as atividades lúdicas fossem aplicadas nas escolas tradicionais, os resultados seriam muito positivos. "Não tenho dúvidas disso, e até tento aplicar algumas coisas. Entretanto, já que a escola formal exige o cumprimento de várias atividades, nem sempre é possível fazê-lo", completa.
Atividades lúdicas dão o tom das aulas da FastTracKids, empresa internacional com franquias no Brasil que desenvolveu um método complementar à escola formal, usado para desenvolvimento intelectual e cognitivo de crianças. Um dos módulos de atividade é voltado à educação financeira. Além das lições diretas de economia, a formação conta com o desenvolvimento de concentração e criatividade.
Segundo a coordenadora da FasTracKids de Maceió (AL), Carolina Albuquerque, as aulas têm caráter lúdico, envolvendo equipamentos como lousas interativas e câmeras de vídeo. As atividades são destinadas a crianças entre 2 e 8 anos, idades em que a maior parte das conexões entre os neurônios estão se estabelecendo.
Educação financeira
No módulo dedicado à economia, as crianças entram em contato com conceitos simples, mas extremamente importantes, como oferta e procura, desejo e necessidade. "Em uma das atividades, uma espécie de jogo, as crianças têm à disposição 20 objetos, mas dinheiro para comprar apenas dez. Assim, são estimuladas a verificar quais são essenciais e quais são supérfluos", explica Carolina.
Em outro momento do curso, uma brincadeira estimula os pequenos a economizar: cada um deles criou e levou para casa um cofrinho. Também são apresentados a produtos semelhantes, mas com características diferentes (uma lata intacta e uma amassada de achocolatado, por exemplo), e precisam identificar qual delas vale mais.
"Crianças nessas idades absorvem e fixam melhor as informações, e por isso levam esse aprendizado para toda a vida. É mais fácil ensinar nesse momento. E, de maneira lúdica, elas aprendem muito melhor, sem pressão. E, com isso, colocam em prática o que aprenderam", conclui Carolina.
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