Bancos públicos do Brasil exigem atenção, diz IIF

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Os bancos da América Latina têm apresentado sólida lucratividade, mas sofreram ligeira deterioração na qualidade dos ativos, enquanto os bancos públicos no Brasil devem ser particularmente monitorados nesse cenário.

Os bancos da América Latina têm apresentado sólida lucratividade, mas sofreram ligeira deterioração na qualidade dos ativos, enquanto os bancos públicos no Brasil devem ser particularmente monitorados nesse cenário.

A avaliação é do Instituto Internacional de Finanças (IIF), que representa as maiores instituições financeiras do mundo, na primeira parte de uma série sobre bancos de mercados emergentes.

O IIF nota a "preocupação" expressa por alguns analistas sobre potenciais distorções de mercado relacionadas aos bancos estatais no Brasil. Exemplifica que essas instituições aumentaram sua fatia de mercado de 36% em 2008 para 48% em 2012, ao serem usadas para promover crescimento econômico nos últimos anos. O crescimento do crédito dessas instituições foi acima de 25% em 2012, ante 7% no caso dos bancos privados.

A redução dos juros cobrados pelos bancos públicos também resultou em maior diferencial do spread entre instituições estatais e privadas e "alguns analistas veem risco de alta na inadimplência nos bancos públicos brasileiros como uma consequência", diz o IIF.

Os ativos dos bancos da América Latina cresceram seis vezes na última década. Metade dessa expansão ocorreu após a crise global de 2008, apoiando o forte crescimento regional antes da recente desaceleração. Enquanto em 2012 os bancos tiveram sólido crescimento na rentabilidade sobre o patrimônio (ROE), com exceção dos brasileiros, as preocupações com crescimento passaram a pesar sobre as ações dos bancos regionais, diz o IIF. A entidade constata que os bancos na América Latina tiveram retornos de dois dígitos em 2012. O Peru teve o sistema bancário mais lucrativo, com ROE de 22% e spread de quase 7%.

O crescimento do crédito, que variou de 20% a 40% entre 2007-2008, foi mais modesto em seguida na região. A maioria das carteiras de empréstimos se expandiu entre 10 e 15% em base anual no primeiro trimestre de 2013, superando amplamente, em todo caso, o crescimento do PIB.

Conforme o IIF, o volume de crédito comparado ao PIB é relativamente baixo em relação aos níveis de países desenvolvidos, variando de 74% no Chile e 54% no Brasil a apenas 17% no México - ante 175% nos EUA. Isso indica o potencial que permanece para a penetração de crédito ainda na região.

A inadimplência subiu nos bancos da América Latina em 2012, mas ainda está por volta de 2%-3% e a expectativa é de que continue "administrável". As instituições da região, ajudadas pelos maiores lucros e qualidade dos ativos, melhoraram seus ratings de crédito desde 2005.

Para o IIF, o fato de os depósitos comporem parte significativa do mix de funding dos bancos da região deve ajudá-los no caso de problemas de escassez de liquidez, que podem resultar de uma maior alta nos juros internacionais.

A relação crédito/depósito dos bancos brasileiros aumentou para 140% em 2012, ante 100% em 2008. No caso dos chilenos está próxima de 120%, mas estável no tempo.

Nesse cenário, o IIF chama atenção para a crescente dependência em relação a funding no atacado, com os bancos se beneficiando das baixas taxas de juros e alta liquidez no mercado internacional.

Os bancos latino-americanos fizeram emissões recordes de US$ 22,7 bilhões de títulos de dívida de longo prazo em 2012 - e a projeção é de quase dobrar para US$ 45 bilhões este ano. A alta em 2012 foi de 13%, em contraste com o declínio de 6% nas emissões globais de bancos no período.

No total, 80% das emissões dos bancos da América Latina foram em moeda estrangeira. Os bancos brasileiros fizeram o maior volume de emissões, com US$ 55 bilhões de um total de US$ 87 bilhões entre 2009-2012. "Mais emissões de títulos eleva a dependência de financiamento no atacado, tornando alguns bancos mais vulneráveis a riscos de refinanciamento se as taxas internacionais continuarem a subir", afirma a entidade.

Fonte: Valor econômico

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